Uma pessoa é assassinada a cada seis horas no RN. Números caíram em relação a 2018

O Rio Grande do Norte apresentou uma redução de 26,3% no número de mortes por Condutas Violentas Letais Intencionais, as CVLIs, na comparação entre 2019 e 2018. Os dados são do Observatório da Violência do RN (Obvio) e mostram um total de 1.446 mortes por CVLIs no ano passado, 517 a menos que as 1.963 registradas em 2018.

Apesar de ser a maior redução de um ano para o outro desde 2003, o Estado ainda obteve a média de um homicídio a cada pouco mais de seis horas. Em 2018 a média foi de uma morte intencional a cada 4,5 horas.

Grande parte das CVLIs de 2019 foi registrada na Região Metropolitana de Natal; 707, ou 48,5% do total. Os outros 739 casos (51,5%) foram catalogados no interior do Estado. As cidades com maior número de casos foram Natal com 283, Mossoró com 222, São Gonçalo do Amarante com 103, Macaíba com 83 e Parnamirim com 79. Já entre as mesorregiões potiguares, 774 casos ocorreram na região Leste, 408 na região Oeste, 191 no Agreste e 73 na região Central do Estado.

Nos últimos 10 anos, o maior aumento percentual de mortes intencionais de um ano para o outro aconteceu entre 2012 e 2013, quando o Estado passou de 1.225 casos para 1.665, representando 35,9% a mais. Já o ano com maior número total de homicídios foi 2017 com 2.412 mortes derivadas de CVLIs datadas pelo Obvio.

Os dados também mostram que entre as vítimas das CVLIs, a maioria esmagadora é de homens; 93% dos casos (1.343) terminaram na morte de uma pessoa do gênero masculino, enquanto 7% (102), resultaram na morte de uma mulher.

Todos os tipos de conduta letal detalhados no levantamento mostram algum tipo de redução. Homicídio doloso foi de 1.468 em 2018 para 1.039 no ano passado (-29,2%). Lesão Corporal seguida de morte passou de 201 casos para 162 (-19,4%), intervenção policial foi de 171 para 166 (-2,9%), latrocínio teve o maior percentual de redução, passando de 93 para 58 casos (-37,6%) e os feminicídios caíram de 30 casos para 21 (-30%).

Agentes de segurança
Em 2019 houve ao menos 12 óbitos violentos de agentes de segurança pública do Rio Grande do Norte. Também uma redução significante na comparação com às 26 mortes de agentes registradas em 2018. Desses casos, foram registrados dois em janeiro, dois em fevereiro, um em março, dois em abril, um em maio, um em julho, outro em setembro e mais dois em dezembro.

Entre os meios empregados na realização das condutas letais, destaca-se o uso de arma de fogo, que corresponde a 87,9% dos casos com 1.267 registros. Em seguida estão as armas brancas (facas e outros objetos perfurantes) com 5,7% e 82 casos e objeto contundente (pedra, pedaços de madeira ou de ferro…) com 2,1% e 30 casos. Houveram ainda 27 casos de espancamento (1,9%) e 21 de asfixia mecânica (1,5%). Outros tipos de CVLIs somaram 19 casos, ou 1,3%.

Para o Secretário de Segurança do Rio Grande do Norte, coronel Francisco Araújo, há alguns fatores que, juntos, permitiram a redução na letalidade no Estado ao longo do último ano. O primeiro, de acordo com o Coronel, foi a maior integração entre as forças de segurança estaduais e as forças federais, como o Exército e a Polícia Federal. “Essa integração foi importante principalmente porque a inteligência do Exército tem trabalhos voltados para essa área de explosivos, então permitiu que investigássemos os grupos que faziam ações de arrombamento em Correios e Bancos no interior”, afirma.

Além disso, o Coronel destaca que o maior controle do Sistema Prisional, que não teve nenhum registro de rebelião ou grandes fugas em 2019. “A retomada do controle dentro do Sistema Prisional teve grande importância, porque muitas vezes ações eram comandadas de dentro para fora”, destaca Araújo.

Outro ponto ressaltado pelo gestor é a não interferência política nas atividades da Secretaria que, de acordo com ele, teve total liberdade para atuar de acordo com as avaliações técnicas feitas pelos setores de inteligência. “O Governo deu apoio não permitindo que o viés político interferisse em nossas ações, e dando total liberdade para que atuássemos”, afirma. “Outro fator que não podemos deixar de lado foi a abnegação dos policiais que, mesmo com dois meses de salários atrasados, referentes ao ano de 2018, continuaram trabalhando com afinco para reduzir a letalidade ao longo deste ano”, completa.

Números
1.446 mortes por CVLIs em 2019

1 homicídio a cada 6 horas

517 a menos que em 2018

26,3% de redução, a maior desde 2003

93% das vítimas são homens

87,6% dos casos por arma de fogo

48,9% das mortes na Grande Natal

Confira os registros por ano no RN durante a última década

*Tribuna do NOrte

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