Tribunal determina que Michel Temer volte para a prisão

Prisão e soltura de Michel Temer

O TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) decidiu nesta quarta-feira (8), por dois votos a um, que o ex-presidente Michel Temer (MDB), 78, beneficiado com um habeas corpus ao final de março, voltará para a prisão.

A Primeira Turma Especializada, formada pelos juízes federais Abel Gomes, Paulo Espírito Santo e Ivan

O tribunal determinou que a decisão seja comunicada imediatamente à 7ª Vara Criminal, comandada pelo juiz Marcelo Bretas, para que as prisões sejam restabelecidas. Como o magistrado está em férias, prazo para que os envolvidos se apresentem e o local de cumprimento da pena será definido pela juíza federal Caroline Figueiredo.

A expectativa é de que isso ocorra nesta quinta-feira (9).  Ana Luiza Albuquerque =  Folha de São Paulo

“Pra mim foi uma surpresa desagradável, mas amanhã [quinta] eu me apresento voluntariamente”, afirmou Temer depois da decisão.

O advogado do ex-presidente, Eduardo Carnelós, declarou que lamenta, mas respeita a decisão do tribunal. A defesa ainda pode recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Temer foi preso com outras nove pessoas em 21 de março em um desdobramento da Lava Jato no Rio. Foi o segundo presidente a ser preso após investigação na esfera penal —o primeiro foi Luiz Inácio Lula da Silva.

Bretas, que determinou a prisão na época, alegou risco de destruição de provas e à garantia da ordem pública.

No dia 25 de março, em decisão monocrática (individual), o juiz Athié, da segunda instância, concedeu liminar para que Temer fosse solto. Ele disse que via um atropelo das garantias constitucionais e argumentou que não há antecipação de pena no ordenamento jurídico.

O Ministério Público Federal pediu a revogação desta decisão.

A turma decidiu, ainda, pela manutenção do habeas corpus concedido ao ex-ministro Moreira Franco (MDB) e pela retomada da prisão do coronel João Baptista Lima Filho.

Athié, o relator, confirmou o habeas corpus que havia concedido liminarmente a Temer, Moreira Franco e ao coronel João Baptista Lima. Em seu voto, ele releu a decisão tomada anteriormente e reforçou que avalia não haver contemporaneidade dos fatos que justifique as prisões preventivas.

Abel Gomes, presidente da Turma, negou o habeas corpus para Michel Temer e para o coronel João Baptista Lima Filho e autorizou para Moreira Franco. Ele entendeu que as razões para as prisões preventivas dos dois primeiros foram bem fundamentadas.

O juiz federal Paulo Espírito Santo também votou pela retomada da prisão de Temer e do coronel Lima. Ele foi o único dos três juízes que votou contra a concessão de habeas corpus a Moreira Franco.

A Turma também votou pela manutenção dos habeas corpus para Maria Rita Fratezi, mulher de Lima, Carlos Alberto Costa, sócio de Lima, Carlos Alberto Costa Filho, diretor da Argeplan (empresa de Lima), e Vanderlei de Natale, sócio da empreiteira Construbase.

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