Papa Francisco conversa com astronautas da Estação Espacial

Por sua posição na Igreja Católica, muitos acreditam que o Papa Francisco está mais perto do céu, mas nesta quinta-feira, ele teve contato com algumas pessoas que estão ainda mais perto. Numa chamada de vídeo via satélite, o Pontífice conversou com os seis astronautas da 53ª expedição da Estação Espacial Internacional.

A conversa durou cerca de 20 minutos. Do espaço, o comandante da missão, Randolph Bresnik, estava ao lado dos cinco especialistas a bordo da estação: o italiano Paolo Nespoli, os russos Sergey Ryanzansky e Alexander Misurkin, e os americanos Joe Acaba e Mark Vande Hei. Sentado no salão Paulo VI, Francisco estava acompanhado do presidente da Agência Espacial Italiana, Roberto Battiston, e pelo diretor da Agência Espacial Europeia Josef Aschbacher.

Durante a conversa, Francisco abordou temas simples, como as diferenças percebidas pelos astronautas na vida a bordo da Estação Espacial Internacional, mas também de assuntos complexos, como o lugar da Humanidade no universo e a paixão pela exploração espacial.

— Doutor Nespoli, à luz de sua experiência no espaço, qual é o seu pensamento sobre o lugar do homem no universo? — questionou o Papa.

— Santo Pai, esta é uma demanda complexa, eu me sinto uma pessoa técnica, um engenheiro (…) Penso que o nosso objetivo é o conhecimento. Se teólogos, filósofos, escritores e poetas viessem poderiam responder melhor essa questão — desconversou o astronauta italiano.

Fazendo alusão a um quadro pendurado na parede do salão Paulo VI, Francisco perguntou aos astronautas, enquanto técnicos e engenheiros, o que eles pensavam sobre o amor que move o universo. E foi surpreendido pelo russo Alexander Misurkin, que fez referências ao “Pequeno Príncipe”:

— Amor é a força que te dá força para dar a sua vida por outra pessoa.

Francisco agradeceu a resposta, dizendo que Misurkin “compreendeu a mensagem que Saint-Exupéry explicou poeticamente, e que você russos têm em seu sangue, em sua tradição humanística e religiosa”.

Passando para perguntas mais amenas, o Pontífice perguntou a motivação para eles se tornarem astronautas e quais os maiores prazeres a bordo da Estação Espacial.O russo Sergey Ryazankiy respondeu que seu motivo era pessoal: seu avô participou da construção do satélite Sputnik, o primeiro artefato construído pelo homem enviado ao espaço.

— A minha maior alegria é olhar pela janela e ver o trabalho de Deus pelo mesmo ângulo que Ele vê — respondeu o comandante Bresnik.

Esta foi a segunda chamada Papal para o espaço: em 2011, o Papa Bento XVI conversou com astronautas, questionando sobre o futuro do planeta e os riscos ambientais que enfrentamos.

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