Henrique Alves admite ter recebido caixa 2 em depoimento à Justiça Federal

Henrique Alves depôs à Justiça Federal sobre acusações da Operação Manus (Foto: Pedro Vitorino)

No depoimento que durou aproximadamente 5h nesta segunda-feira (9), o ex-deputado e ex-ministro Henrique Alves negou à Justiça Federal todas as acusações contra ele na Operação Manus. “Acredito que o Ministério Público não agiu por má-fé, e sim por desinformação. Em toda minha vida pública, nunca pratiquei esses atos que constam na denúncia”, declarou.

A Operação Manus tem como réus, além de Henrique Alves, o ex-deputado Eduardo Cunha, José Adelmário Pinheiro Filho, Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, Carlos Frederico Queiroz Batista da Silva e o publicitário Arturo Silveira Dias de Arruda Câmara.

Durante o seu depoimento, Henrique Alves admitiu ter recebido dinheiro para a campanha eleitoral de 2014 através de caixa 2, enviado pela empreiteira Odebrecht. “A empresa teria chegado ao limite legal (o teto). As doações podem sim ter vindo de fontes não oficiais. Mas é incrível que em nosso país, haja a criminalização da política. A generalização é ruim”, disse.

A denúncia diz que, em troca do dinheiro, o ex-ministro, que na ocasião tentava ser governador do Estado, teria prometido a privatização da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern). Quanto a isso, Henrique Alves também disse que a acusação não procede.

“Minha campanha reuniu 17 partidos. Discutimos sobre PPP’s (Parcerias Público-Privadas), mas entendemos as contribuições das empresas como importantes, inclusive a da Odebrecht. Não exibimos qualquer contrapartida, não foi realizada nem pleiteada. Também não cheguei a oferecer nada”, alegou.

De todo modo, o juiz Francisco Eduardo Guimarães lembrou que, apesar da possibilidade levantada pelo próprio réu de caixa 2, este é um crime eleitoral, que não consta na denúncia da Operação Manus e, portanto, não seria levado em consideração no depoimento.

Os depoimentos serão retomados na sexta-feira (13), quando a última pessoa envolvida no processo vai depor à Justiça Federal, o ex-deputado federal Eduardo Cunha, que falará por videoconferência.

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