O grupo do ex-governador Sérgio Cabral, do Rio, estaria montando um dossiês contra o juiz Marcelo Bretas, responsável pela operação Lava Jato no Estado, e sua mulher, que também é juíza, aponta investigação sigilosa feita pela Polícia Federal.
Houve, segundo a polícia, consultas suspeitas a registros de ocorrências contra os dois em ao menos três delegacias no Rio. Os acessos foram feitos após o governador ser preso, em novembro de 2016.
Também houve consultas no sistema da Secretaria de Segurança Pública por um inspetor da Polícia Civil lotado na 22ª Delegacia de Polícia.
A informação foi revelada pelo “Jornal Hoje”, da TV Globo, e confirmada pela Folha. Além dos acessos, uma denúncia que vem de dentro do presídio onde Cabral está preso, na zona norte do Rio, aponta que o ex-governador estaria financiando a montagem desses dossiês.
Além de Bretas e a mulher, seriam devassadas as vidas dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato no Estado.
Essa denúncia é investigada, mas ainda não há evidência de que o ex-governador tenha feito o pedido da montagem dos dossiês.
Em nota, a defesa de Cabral afirma que o dossiê é “uma mentira” com “o claro propósito de criar intriga entre o ex-governador e o magistrado”.
O juiz Marcelo Bretas não quis comentar as investigações.
Em outubro, Bretas decidiu transferir Cabral para um presidio federal porque, durante audiência na Justiça Federal, o ex-governador fez menção à família do magistrado, que trabalha no ramo de bijuterias.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, contudo, barrou a transferência.