Emilio Odebrecht antecipa para abril sua saída da companhia

Emilio Odebrecht antecipa saída da empresa

O presidente do conselho de administração do grupo Odebrecht, Emilio Odebrecht, 72, anunciou da manhã desta sexta-feira (15) em Salvador (BA) que está antecipando a sua saída do cargo para abril do próximo ano.

Pelo acordo de delação que assinou com a Procuradoria Geral da República, ele teria direito a continuar no conselho de administração até o final do ano. Depois, começaria a cumprir quatro anos de prisão domiciliar.

Nesse período, ele não terá de ficar trancado em casa, como ocorrerá com o seu filho, Marcelo Odebrecht.

Nos dois primeiros anos, o patriarca da Odebrecht terá de sair às 6h, voltar para casa às 22h de segunda a sexta e não pode sair nos fins de semana.

Nos dois anos seguintes, ele terá de ficar em casa apenas nos finais de semana. As informações são de  MARIO CESAR CARVALHO, Folha de São Paulo.

A Procuradoria e o Departamento de Justiça dos EUA aceitaram que Emílio continuasse no cargo até o fim de 2018 pela sua capacidade de ajudar a reestruturar a companhia. Essa missão, de acordo com executivos da Odebrecht, será cumprida nos próximos quatro meses.

Segundo o empresário, sua saída tem a função de acelerar a profissionalização da empresa.

O sucessor de Emílio na Presidência do conselho de administração não foi anunciado no encontro entre executivos do grupo, mas deve ser Newton de Souza, que foi presidente do grupo, segundo a Folha apurou.

De acordo com as novas regras de governança da Odebrecht, familiares não podem mais ocupar cargos de direção na companhia.

A empresa adotou também critérios de companhias abertas, apesar de ser uma empresa de capital fechado: 20% dos conselheiros serão independentes e a idade limite para ocupar o cargo é de 75 anos.

O filho de Emilio, Marcelo Odebrecht, deixa a prisão na próxima terça (19) e é motivo de preocupação dentro do grupo, por considerar que o acordo assinado contém uma série de injustiças contra ele.

O presidente do conselho tentou passar otimismo aos 200 executivos do grupo que se reuniram em Salvador: “Estamos atravessando os momentos finais da mais aguda e duradoura crise que jamais enfrentamos. Crise tão profunda que nós não podemos perder a oportunidade de aprender com ela, e sairmos mais unidos e mais fortalecidos”.

Ele voltou a defender que a Odebrecht um novo comportamento nos negócios: “Hoje temos consciência de que atuar com ética, integridade e transparência é fundamental para sobrevivermos e voltarmos a crescer. É uma demanda dos nossos Clientes e das sociedades onde estamos presentes”.

A Odebrecht passa por uma crise depois que fez o acordos de delação e leniência, no qual se comprometeu a pagar uma multa de cerca de R$ 8 bilhões. O grupo já vendeu uma empresa, a Odebrecht Ambiental, e unidades de negócios. A dívida bruta do grupo soma R$ 90 bilhões.

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