A CPI da JBS aprovou o relatório do deputado Carlos Marun (PMDB-MS), sem o indiciamento do ex-procurador geral da República Rodrigo Janot. O indiciamento chegou a ser redigido no relatório de Marun, mas ele desistiu dessa iniciativa, às vésperas de se tornar ministro da Secretaria de Governo. Em uma reunião esvaziada, o texto foi aprovado com os votos contrários de dois dos sub-relatores da comissão – os deputados Delegado Francischini (SD-PR) e Hugo Leal (PSB-RJ) – e do deputado João Gualberto (PSDB-BA).
Ao final, restou do relatório de Marun o pedido de indiciamento do ex-procurador Marcelo Miller; dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS e sócios do grupo J&F e do ex-executivo da empresa Ricardo Saud. Com relação a Janot e a Eduardo Pellela, seu ex-chefe de gabinete, o documento solicita uma “investigação profunda” da conduta que ambos tiveram quando da negociação do acordo de delação premiada dos irmãos Batista.
Marun resolveu também encaminhar ao Ministério Público o depoimento dado à comissão pelo ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran para que sejam investigadas as informações prestadas por ele aos parlamentares. O texto do relator também pede a aprovação célere do projeto de lei do deputado Wadih Damous que regulamenta as delações premiadas. As informações são de O Globo.
— Esforços foram sabotados por determinados parlamentares aqui. Tem um aqui que quer que todo mundo seja investigado, mas uma parte da República permanece intocável — criticou Wadih Damous.
Após a aprovação do relatório, Marun disse que sofreu agressões verbais de muitos parlamentares ao longo dos trabalhos da CPI.
— Nós enfrentamos nesta CPI aqueles que reclamam que as CPIs não produzem resultados mas não queriam que esta CPI tivesse resultados. Nós os vencemos. Fiz desta mesa o meu gabinete nos últimos três ou quatro meses. Podem discordar de mim, mas jamais me chamar de relapso — encerrou Marun.
— Essa CPI nunca foi chapa branca — disse o senador Athaídes, presidente da CPI.