O presidente Michel Temer vai centralizar sua relação com a base aliada em líderes e dirigentes partidários, reduzindo negociações individuais que marcaram a articulação para barrar as denúncias contra ele na Câmara.
Temer pretende retomar uma agenda periódica de reuniões com lideranças no Congresso e presidentes de legendas, em um esforço para reorganizar a coalizão que sustenta seu governo.
Na avaliação do presidente, as negociações feitas “no varejo” com os parlamentares nos últimos meses provocaram a pulverização das relações do Palácio do Planalto com a base aliada e estimularam a indisciplina entre deputados dessas legendas. As informações são da Folha de São Paulo.
Para o governo, a dispersão coloca em risco votações de propostas consideradas prioritárias, como as medidas provisórias do ajuste fiscal e a reforma da Previdência.
O Planalto precisa reaglutinar o apoio dos partidos da aliança de Temer para fazer com que a agenda econômica avance e o presidente ganhe algum fôlego para chegar ao fim de seu mandato.
Temer quer fortalecer, a partir da próxima semana, uma relação “institucional” com os partidos, nas palavras de um assessor do Planalto.
A ideia é que as negociações por cargos e emendas parlamentares em troca de apoio nas votações do Congresso sejam feitas diretamente com as cúpulas de cada partido. O governo acredita que, dessa forma, os líderes ganharão mais força para cobrar unidade na atuação de suas bancadas.