‘Tem que meter a faca no Sistema S’, diz Paulo Guedes

Paulo Guedes, futuro ministro do governo Bolsonaro
Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS

O futuro chefe do super ministério da Economia, Paulo Guedes, disparou contra o Sistema S (entidades voltadas para o ensino técnico) durante encontro com empresários nesta segunda-feira na sede da federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Para ele, os cortes nos programas precisam ser acentuados.

— Tem que meter a faca no Sistema S — disse o futuro ministro a empresários durante almoço de encerramento do ano na sede da Firjan.

— A CUT perde e aqui fica tudo igual? Se tiver um interlocutor bom como o Eduardo Eugênio (Gouveia, presidente da Firjan) corta 30%. Se não, corta 50% — frisou Guedes, seguido de risadas da plateia que lotou o auditório da Firjan na tarde desta segunda.

Ele disse, ainda, que não “adianta cobrar sacrifícios dos outros e não dar o exemplo”.

O futuro ministro também afirmou que, em relação à cessão onerosa, voltará ao tema ano que vem. Guedes apoio para aprovação da pauta e garantiu que, se isso ocorrer, haverá repartição de recursos do excedente do pré-sal com estados e municípios.

Entenda o Sistema S

O Sistema S começou a ser implementado no Brasil para oferecer cursos profissionalizantes. O primeiro a ser criado foi o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em 1942. Atualmente, nove entidades se dedicam à formação profissional em suas respectivas áreas de atuação (indústria, comércio, agronegócio, transportes, cooperativismo e empreendedorismo). Todas têm seu nome iniciado com a letra “S”.

Embora sejam privadas e administradas por entidades patronais, as instituições são mantidas por contribuições estipuladas pela Constituição. Uma parcela da folha de pagamento das empresas é destinada às entidades patronais da categoria a qual pertencem. Estas, por sua vez, são obrigadas por lei a destinar os recursos ao aperfeiçoamento profissional (por meio dos serviços de aprendizagem) e ao bem estar social dos trabalhadores (por meio dos chamados Serviços Sociais).

O dinheiro arrecadado pelo governo é distribuído integralmente para as entidades. Em 2017, de acordo com números da Receita Federal, foram repassados R$ 16,5 bilhões às entidades do Sistema S. Este ano, até outubro, R$ 14,4 bilhões.

 

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