Rio Grande do Norte só possui leitos de UTI em 17 dos seus 167 municípios

A situação da rede hospitalar do Rio Grande do Norte que já enfrenta sérias dificuldades com carência de leitos de UTI para atender a população, seja na rede publica ou privada pode se complicar ainda mais com a pandemia do Covid-19.

Dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde, aponta que apenas 17 das 167 cidades do RN possuem leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Hoje, o Brasil tem 28 mil leitos de UTI em hospitais públicos e filantrópicos.

Os números revelam ainda que as unidades hospitalares da rede pública, privada e filantrópica, existentes no Estado disponibilizam 735 leitos de UTI. Desse total, mais da metade ou 463 são contratados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O RN possui atualmente, menos leitos de UTI do SUS que nos anos de 2018 e 2019. Em 2019, eram 469 leitos contratados pelo SUS. No ano de 2018, o número era de 468.

Além disso, apenas com os leitos SUS, a Região Metropolitana de Natal concentra 73% destas vagas. São 312 leitos de terapia intensiva disponíveis para o atendimento público.

Para piorar a situação, as redes pública e privada de saúde tiveram redução de 286 leitos clínicos gerais nos últimos dois anos, uma queda total de 3%.

Em janeiro de 2020, o CNES no Rio Grande do Norte contabilizou 7.191 leitos de internação, contra os 7.335 de 2019 e 7.477 de 2018.

O número de leitos fechados nesse período representa quase o total de leitos do Hospital Walfredo Gurgel, maior unidade hospitalar pública do RN, com 289 vagas.

Com relação aos leitos vinculados ao Sistema Único de Saúde, a redução foi de 174 leitos em dois anos. Estas vagas não estão mais disponíveis para quem procura atendimento público. Hoje, o SUS conta com 5.980 leitos contratados no Estado.

A preocupação com a falta de eleitos justifica-se em decorrência do aumento dos casos da doença registrados no Brasil nos últimos dois dias. Além disso, em outros países, como a Itália, o coronavírus causou o colapso completo do sistema público de saúde. O país europeu registrou, até à tarde do dia 15, 1.809 mortes pelo Covid-19.

Mesmo assim, as informações do Ministério da Saúde revelam que mesmo com a alta capacidade de disseminação do vírus, cerca de 80% dos casos desenvolvem os sintomas de forma leve e recuperação rápida. Menos de 5% dos casos evoluem para um quadro grave.

A maior preocupação é com os grupos de idosos e de pessoas com algum tipo de doença crônica – cardiopatia e diabetes, por exemplo.

No entanto, sem o devido controle, a doença pode se espalhar muito rápido, alcançando um número cada vez maior de pessoas. Este é o temor das instituições responsáveis pelas políticas de saúde pública no Rio Grande do Norte.

Sesap pleitea R$ 17 milhões para tratar crise do Covid-19

Em razão da crise gerada pelo coronavírus, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESAP) pleiteou cerca de R$ 17 milhões ao Ministério da Saúde. O recurso previsto, segundo o secretário Cipriano Maia, pode ser ainda maior, mas isso ainda depende de uma Medida Provisória que o Governo Federal publicou na última sexta-feira (13). A expectativa é de que sejam disponibilizados R$ 5 bilhões para combater o coronavírus em todo o País.

“Toda a rede estadual está preparada para atender estas situações. Em todas as regiões do Estado, a rede de atendimento será ativa. Os leitos estão sendo mobilizados para ofertar a atenção necessária para a população”, disse o secretário estadual de Saúde, Cipriano Maia.

Além dos possíveis casos de coronavírus, a Sesap também está preocupada com a ocorrência de doenças do período, como a dengue, sarampo, H1N1, entre outros agravos gripais, por exemplo. “Nós já temos um sistema sobrecarregado, mas temos feito todas as ações para trabalhar da forma mais adequada”, reforçou.

A Secretaria de Saúde também espera o anúncio do Ministério da Saúde sobre a abertura de 2 mil leitos em todo o País. A expectativa é de que a ampliação de vagas seja divulgada durante a semana. Ademais, serão entregues kits de equipamentos com insumos e respiradores para a montagem de enfermarias.

“Vamos avaliar se isso é suficiente. Caso não, nós vamos aumentar o pleito, para que possamos atender melhor a um eventual aumento dos casos. Vamos demandar assistência ventilatória, leitos de UTI, bem como leitos clínicos. Também pediremos leitos em caráter excepcional, para utilização de enfermarias de observação”, complementou.

Vejo no quadro número de Leitos de UTI do SUS no RN:

2020 – 463;

2019 – 469;

2018 – 468;

2017 – 460

Leitos gerais no RN:

2020 – 7.477;

2019 – 7.335.

2018 – 7.191;

2017 – —

*De Fato

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