O PMDB deve fechar questão sobre a reforma da Previdência na semana que vem, o que significa que todos os 64 deputados do partido deverão votar sim à proposta no plenário, correndo o risco de punição, caso desobedeçam à orientação oficial do partido.
Mais de 40 deputados já assinaram o pedido para que haja o posicionamento único, informou ao Correio o líder do partido na Câmara, Baleia Rossi (SP). O número supera a exigência regimental de que a maioria concorde — ou seja, 33 deputados.
Interlocutores do governo afirmam que haverá contrapartidas para os deputados favoráveis a essa estratégia, como o reforço de recursos para municípios. Por outro lado, deputados que votarem contra a reforma, mesmo após o fechamento, poderão ser punidos até com expulsão da agremiação.
Insegurança
A pressão do governo para que o partido feche questão mostra insegurança na aprovação diante de uma disputa acirrada. Os mais otimistas, como Perondi, acreditam que é possível conseguir uma maioria de 333 votos nas próximas três semanas, para vencer com folga. “Não vou mentir, ainda não temos o número necessário. Mas conseguiremos”, garantiu. Só quando essa quantidade estiver certa, o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) colocará a pauta em votação.
O deputado Beto Mansur (PRB-SP) conta que, atualmente, há cerca de 260 votos favoráveis à reforma na Casa. “Sou muito cauteloso. Temos que esperar um pouco para levar ao plenário”, admitiu. Embora a tendência seja que o número aumente, “como foi na votação do impeachment”, ele acredita que, além do fechamento de questão, a vitória na reforma trabalhista é um componente importante para garantir a aprovação da Previdência. “Na minha opinião, a trabalhista deve ser votada na Câmara antes da previdenciária. É melhor, porque a oposição está falando que a gente se desgasta na Câmara e depois o Senado muda tudo. Por isso, é conveniente mostrar unidade”, considerou. A expectativa de Mansur é de que a trabalhista seja votada até o fim do mês no Senado e na Câmara.