O papa Francisco ordenou a abertura de uma investigação de um bispo americano acusado de abuso sexual de adultos, afirmaram o Vaticano e a Igreja Católica dos EUA nesta quinta-feira (13).
O pontífice aceitou a renúncia do monsenhor Michael Bransfield, 75, bispo de Wheeling-Charlerston, na Virgínia Ocidental, após as denúncias. Seu substituto, o arcebispo William Lori, será encarregado de investigar as acusações contra ele.
Também foi estabelecida uma linha telefônica para receber informações úteis à investigação.
Não foram divulgados detalhes sobre as alegações contra Bransfield. O acusado e seus representantes legais não foram encontrados para comentar.
“Minha primeira preocupação é prestar apoio aos sacerdotes e fiéis da diocese de Wheeling-Charleston neste momento difícil”, disse Lori em um comunicado. “Prometo realizar uma investigação exaustiva para elucidar a verdade sobre as preocupantes acusações contra o bispo Bransfield”, acrescentou.
Nesta quinta, o papa se reuniu ainda com representantes da cúpula da igreja nos EUA, no Vaticano.
Estiveram presentes no encontro o chefe da conferência episcopal americana, cardeal Daniel DiNardo, seu vice, o arcebispo José Horacio Gómez, e o secretário-geral, bispo Brian Bransfield, além do arcebispo de Boston, Sean O’Malley, presidente da comissão pontifícia para a proteção de menores.
“Compartilhamos com o papa Francisco nossa situação nos EUA, como o Corpo de Cristo foi lacerado pelo mal do abuso sexual. Ele escutou muito profundamente com o coração. Foi uma troca boa, longa e frutífera”, afirmou DiNardo.
“Ao deixarmos a audiência, rezamos juntos o Ângelus pela misericórdia de Deus e por força enquanto trabalhamos para curar as feridas.”
Não foram anunciadas medidas específicas após o encontro.
Pesquisa divulgada pela TV CNN mostrou uma queda na popularidade do papa nos EUA. Ele é aprovado por 48% dos entrevistados, contra 72% em 2013, o primeiro ano de seu papado.
Na quarta-feira (12), o papa chamou líderes das conferências episcopais de todo o mundo para uma reunião entre 21 a 24 de fevereiro no Vaticano sobre a proteção de crianças e adolescentes contra abusos sexuais de religiosos.
A convocação ocorre no momento em que aumenta a pressão sobre o Vaticano devido à inação e ao acobertamento da Cúria em relação a casos de abusos sexuais em países como Chile, Austrália e Estados Unidos. As revelações levaram ao surgimento de outros casos, como na Alemanha.AFP e REUTERS