Na ANS, uma rotina de loteamento de cargos

Responsável por regular o setor de planos de saúde, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) passa por uma situação parecida com ministérios, agências reguladoras e empresas estatais: tem diretorias loteadas por indicações políticas de partidos da base aliada ao governo federal, em troca de apoio no Congresso. Reconduzida à direção da agência, Simone Freire, por exemplo, é apontada como indicação do PMDB.

Em delação premiada, o ex-senador Delcídio do Amaral chegou a dizer que há “verdadeira ‘queda de braços’ para indicações de nomes para as agências reguladoras relacionadas à área de saúde” e acrescentou que a tarefa está “a cargo do PMDB do Senado”. Ele atribuiu essa disputa acirrada à “visibilidade negativa” que a Operação Lava-Jato impôs aos setores de energia, engenharia e petróleo.

No depoimento, Delcídio contou também que os “senadores Eunício de Oliveira, Romero Jucá e Renan Calheiros possuem papel e força incontestável quanto a essas indicações”.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) cita, ainda, uma “proximidade dos planos de saúde com parlamentares”. Segundo dados tabulados pelo Idec, os planos de saúde investiram oficialmente, conforme registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), R$ 54,9 milhões nas eleições de 2014, o que contribuiu para eleger 29 deputados federais e três senadores. As informações são de O Globo.

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