Motorista disse ter levado Bendine com sacola cheia de notas de R$ 100

O motorista Sebastião Ferreira da Silva, o ‘Ferreirinha’, que relatou ter sido ameaçado e processado por Aldemir Bendine por prestar depoimento ao Ministério Público Federal, disse ter transportado o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobrás para pagamentos em espécie com sacolas de dinheiro cheias de notas de R$ 100 à época em que trabalhou na instituição financeira.

Bendine está preso no âmbito da ‘Cobra’, 42.ª fase da Lava Jato, sob a acusação de ter pedido e recebido da Odebrecht propinas de R$ 3 milhões. Segundo o Ministério Público Federal, o valor foi repassado em três entregas em espécie, de R$ 1 milhão cada, em São Paulo.

Esses pagamentos foram realizados em 2015, nas datas de 17 de junho, 24 de junho e 1.º de julho, pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, responsável pelo pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos e políticos. As informações são de O Estado de São Paulo.

A força-tarefa suspeita que o pedido inicial do executivo tenha sido de R$ 17 milhões, quando ele ainda era presidente do Banco do Brasil. Os delatores da Odebrecht disseram ter inicialmente negado o repasse.

Já em 2015, quando estava à frente da Petrobrás, Bendine teria feito novas cobranças para ‘evitar que a Odebrecht fosse prejudicada’ na estatal em decorrência da Lava Jato, que já estava em curso. Os delatores contam que, desta vez, decidiram enviar o dinheiro.

Na lista de propinas da empreiteira, o executivo era identificado com o nome do réptil que batizou a Operação que o pôs na cadeia.

Em 2014, o executivo já era investigado por enriquecimento ilícito e o então motorista do Banco do Brasil Sebastião ‘Ferreirinha’ alegou, ao Ministério Público Federal, enquanto testemunha de acusação, que Bendine o utilizou ‘para fazer pagamentos em espécie, que além disso, certa vez, viu’ o então presidente da instituição financeira com ‘uma sacola de dinheiro em espécie com notas de cem’.

Ao Ministério Público Federal, o motorista também disse ter sido processado criminalmente pelo executivo do Banco do Brasil em razão de seus depoimentos e que, à época em que falou à Procuradoria, foi ‘pressionado’ por Bendine por meio de seu porta-voz, a não depor, com a promessa de que depois conseguiriam outro emprego para ele.

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