Maia critica ministro da Fazenda e diz que Câmara não aprovará aumento de imposto

O presidente da Câmara e pré-candidato à Presidência da República, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e afirmou que a Casa não vai aprovar aumento de impostos. Guardia afirmou, nesta segunda-feira, que tributos podem ser elevados para compensar as propostas feitas pelo governo aos caminhoneiros para reduzir o preço do diesel. Maia afirmou que o ministro não manda no Congresso.

— Não vai ter (aumento), porque isso aqui é uma democracia e ele (Guardia) não manda no Congresso Nacional. O que ele fez ontem foi muito irresponsável. Ele vem falando de aumento de imposto. O movimento todo tem de fundo a questão de não ter aumento de imposto e ele fala o contrário — afirmou Maia. — Ele sabe muito bem que no Congresso não haverá aumento de impostos. Enquanto eu for presidente da Câmara, não vai ter nenhum aumento de imposto.

O presidente da Câmara reclamou ainda o fato de o governo não ter encaminhado nenhum ministro para participar da comissão geral que a Casa realiza para debater a paralisação dos caminhoneiros. O Globo

— Os ministros não deram justificativa nenhuma, é um erro. Mostra que estão desarticulados e vão ter muita dificuldade de continuar conduzindo uma solução para sair da crise — disse Maia.

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, também não compareceu. Mas ele justificou a ausência, informando que há reunião do Conselho de Administração da empresa, o que foi compreendido por Maia.

‘MAIS GASOLINA’

Maia afirmou que Guardia colocou “mais gasolina” no problema ao falar de aumento de impostos para bancar as concessões feitas pelo governo.

— Ele (Guardia) está botando gasolina, com a pouca gasolina que o governo tem, na sociedade brasileira — disse Maia.

Para ele, o governo não deve falar apenas para “investidores”, mas sim para o “povo”:

— Não podemos, na hora que as coisas começam a caminhar para solução, colocar mais gasolina nesse problema. Então, acho que ele (Guardia) errou ontem. Não adianta falar apenas para os investidores, tem que falar para os brasileiros. O que falta para o governo é falar para os brasileiros — complementou.

O presidente da Câmara afirmou que o aumento do preço do petróleo vai gerar mais recursos para o governo e isso pode ser usado para bancar a despesa que haverá com a redução no valor do diesel.

— Tem excesso de arrecadação do próprio crescimento do preço do petróleo, com royalties e participação especial. A previsão é de excesso de R$ 13 bi para o governo federal e mais R$ 14 bi para estados e municípios — disse Maia.

Ele destacou ainda que o governo pode trabalhar para avançar o projeto que trata da cessão onerosa, o que poderia render mais US$ 40 bilhões aos cofres públicos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.