Maia chama o advogado de Temer de “incompetente” e “irresponsável”

Rodrigo Maia

Maia chamou o advogado de Michel Temer de “incompetente” e “irresponsável”

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), rebateu o posicionamento da defesa do presidente Michel Temer sobre a divulgação dos vídeos da delação do operador financeiro Lúcio Funaro. Neste domingo (15), Maia disse ser sentir agredido por Eduardo Pizarro Carnelós, que defende Temer no processo da denúncia da PGR que tramita na Câmara.

Ele chamou Carnelós de “incompetente e irresponsável” e informou que o advogado será “processado pelos servidores da Câmara”.

Os vídeos com a delação de Funaro foram disponibilizados pelo site da Câmara dos Deputados e, segundo Maia, o material, enviado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), não estava sob sigilo.

No sábado, após o jornal “Folha de S.Paulo” revelar o teor dos vídeos de Funaro, Carnelós divulgou nota afirmando ser “evidente que o criminoso vazamento foi produzido por quem pretende insistir na criação de grave crise política no país”. Neste domingo (15), ele afirmou não saber que o material estava no site da Câmara.

“Daqui para frente, vou, exclusivamente, cumprir meu papel institucional, presidir a sessão (da denúncia da PGR)”, disse Maia.

Maia, então, divulgou uma certidão assinada por Wagner Padilha, secretário geral da Mesa da Câmara, e por Sebastião Neiva Filho, diretor do centro de informática da Casa, em que consta que os arquivos digitais que vieram anexados à denúncia “foram integralmente reproduzidos nos dispositivos entregues às defesas” do presidente Michel Temer e dos ministros Moreira Franco (Secretaria Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil), todos alvos do processo que tramita na Comissão da Constituição e Justiça (CCJ).

O documento informa ainda que todos os arquivos foram disponibilizados no sistema da Câmara, pois não estavam sob sigilo.

Em nota, a presidência da Câmara disse que “como é possível depreender da leitura das decisões que encaminharam a denúncia e as cópias dos inquéritos à Câmara dos Deputados, não há determinação de restrição de acesso a qualquer parte da documentação”.

“Essa informação foi confirmada pelo próprio presidente da Câmara dos Deputados em reunião com o relator (da Lava Jato no STF), ministro Edson Fachin, e com a ministra Cármen Lúcia, no Supremo Tribunal Federal”, diz trecho do comunicado.

A Câmara informou que, em 27 de setembro, as defesas de Temer e dos ministros receberam cópia integral de toda documentação encaminhada pelo STF.

Críticas. À reportagem, Maia disse que era “uma pena o presidente do Brasil constituir este advogado na sua defesa”. “Incompetência é pouco pra justificar as agressões do advogado. A defesa do presidente recebeu todos os documentos. Nunca imaginei ser agredido pelo advogado do presidente Temer. Depois de tudo que eu fiz, esta agressão não faz sentido. Daqui para frente vou, exclusivamente, cumprir meu papel institucional, presidir a sessão”, afirmou Maia.

O presidente da Câmara salientou estar “perplexo com a atitude do advogado do presidente”.
Assim como em entrevista em agosto, Maia voltou a dizer que poderia ter dificultado a vida de Temer quando a primeira denúncia contra o presidente da República, por corrupção passiva, foi apresentada.

“Imagine se eu tivesse ficado contra o presidente na primeira denúncia”, afirmou. “Esperava do presidente uma atitude contundente com o advogado. Infelizmente isso não aconteceu. Ser tratado como criminoso é muito difícil”, disse Maia.

Fala, Maia!

“Incompetência é pouco pra justificar as agressões do advogado. A defesa do presidente recebeu todos os documentos. Nunca imaginei ser agredido pelo advogado do presidente Temer. Depois de tudo que eu fiz, esta agressão não faz sentido. Daqui para frente vou, exclusivamente, cumprir meu papel institucional,  presidir a sessão.”

“É uma pena o presidente do Brasil constituir este advogado na sua defesa.”

“Imagine se eu tivesse ficado contra o presidente na primeira denúncia. Esperava do presidente uma atitude contundente com o advogado. Infelizmente isso não aconteceu. Ser tratado como criminoso é muito difícil.”

Rodrigo Maia
presidente da Câmara

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