Lava-Jato diz que recibos de aluguel de apartamento apresentados por Lula são falsos

A força-tarefa da Lava-Jato disse que “sem margem de dúvida, são ideologicamente falsos” os recibos de aluguel apresentados pela defesa do ex-presidenteLuiz Inácio Lula da Silva como provas de pagamento de aluguel do apartamento vizinho ao que o petista mora em São Bernardo do Campo. O Ministério Público Federal (MPF) protocolou na noite da última quinta-feira ao juiz Sergio Moro o chamado “incidente de falsidade” para apurar a autenticidade dos documentos.

O MPF afirma que as provas demonstram que o contrato de aluguel do apartamento e os recibos são “papéis criados para disfarçar a real titularidade do imóvel usado pelo ex-presidente, que foi comprovadamente comprado com recursos oriundos da Odebrecht.”

Na semana passada, O GLOBO revelou que o empresário Glaucos da Costamarques diz ter assinado de uma vez só todos os recibos de aluguel referentes ao ano de 2015. Dono do apartamento alugado ao ex-presidente — que, para a força-tarefa da Lava-Jato, foi comprado com propina da Odebrecht — Costamarques sustenta que não recebeu qualquer aluguel de fevereiro de 2011 até novembro de 2015, quando seu primo José Carlos Bumlai foi preso.

Um dia depois da prisão, internado num hospital em São Paulo, Costamarques teria recebido a visita do advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, dizendo que os aluguéis passariam a ser pagos. Pouco depois, foi procurado pelo contador, João Muniz Leite, que a pedido de Teixeira, levou a remessa de recibos para serem assinados.

Para esclarecer o episódio, os procuradores pediram que o contador preste depoimento a Moro e para que Costamarques seja ouvido novamente no processo.

A Força-Tarefa também pediu que a defesa de Lula apresente os recibos originais para que ser periciados, além da produção de novas provas que possam contribuir para evidenciar a falsidade e verificar se houve montagens dos documentos”.

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