Justiça Federal determina bloqueio de R$ 238 milhões dos irmãos Batista

O juiz João Batista Gonçalves, titular da 6ª Vara Criminal da Justiça Federal São Paulo, autorizou o bloqueio de R$ 238 dos irmãos Joesley e Wesley Batista, controladores da J&F Investimentos, acolhendo pedido do Ministério Público Federal (MPF), que denunciou ambos pelos crimes de uso indevido de informações privilegiadas e manipulação do mercado financeiro, investigados pela Operação Tendão de Aquiles. A justiça aceitou a denúncia no último dia 16. O pedido de bloqueio constava na denúncia feita pelo MPF, no último dia 10, mas estava sob sigilo de Justiça. O sigilo foi retirado nesta quarta.

O valor bloqueado refere-se às perdas financeiras evitadas pelos irmãos Batista com operações no mercado de ações e de câmbio sua delação premiada. Segundo a denúncia do MPF, uma operação casa de compra e venda de ações da JBS evitou um prejuízo de R$ 138 milhões. Já as compras de dólares efetuadas antes da divulgação da delação resultaram num lucro líquido de R$ 100 milhões, segundo apurou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão fiscalizador do mercado financeiro. As informações são de O Globo.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Joesley e Wesley realizaram operações simuladas com a finalidade de alterar funcionamento da bolsa de valores e obter vantagem indevida. De acordo com a acusação, as operações ocorreram antes e depois da divulgação de informações do acordo de colaboração premiada de executivos da J&F.

Para o juiz Batista Gonçalves, o comportamento desleal de “inside traders” é algo que “ofende não apenas os direitos dos demais investidores”, mas também prejudica, “de maneira indelével, o próprio mercado, minando a confiança e a lisura de suas atividades”.

REBAIXAMENTO DE RATING

Aagência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou os ratings da JBS e da JBS USA por risco de refinanciamento da dívida de curto prazo. O rating foi rebaixado de ‘B+’ para ‘B’ na escala global, com perspectiva negativa. Segundo a S&P, a prisão do CEO da JBS, Wesley Batista, e os riscos contínuos de notícias negativas, poderão fazer com que a empresa tenha maiores dificuldades para refinanciar seus vencimentos de curto prazo até meados de 2018.

“A perspectiva negativa reflete nossa visão de continuidade nos riscos reputacionais, o que poderá colocar obstáculos ao refinanciamento das dívidas da empresa nos próximos meses e poderá enfraquecer sua flexibilidade financeira”, diz a agência em comunicado.

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