As obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, foram em parte financiadas com recursos do Fundo de Investimento do FGTS, administrado pela Caixa Econômica Federal. Também participaram das obras a Odebrecht e a OAS.
Pelo relato de delatores da Carioca e da Odebrecht, os financiamentos eram condicionados a pagamentos de propinas ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e outras pessoas com influência no Conselho Curador do FGTS. Cunha é acusado de comandar o esquema da cobrança de propina nas obras financiadas com recursos do FGTS.
De acordo com a denúncia, Eduardo Cunha exigia 1% do valor de cada contrato e Henrique Eduardo Alves também era destinatário de propinas do esquema. Ambos seriam os responsáveis pela indicação de Fábio Cleto a uma das vice-presidências da Caixa. As informações são de O Globo.
Alves teria se associado a Cunha para receber propina da Carioca Engenharia, uma das empresas responsáveis pelas obras do Porto. Cada um foi alvo de dois pedidos de prisão nesta terça-feira.
MAIS UM PEDIDO DE PRISÃO
A força-tarefa da Lava-Jato também investiga indícios de atuação casada entre Alves e Cunha na arrecadação de recursos para campanhas eleitorais. Em outro pedido de prisão preventiva, desta vez feito pela Justiça Federal do Rio Grande do Norte, é investigado um esquema de desvios de recursos e pagamento de propinas nas obras da Arena das Dunas, em Natal.
Nesse inquérito, além de Alves, são investigados o ex-deputado Eduardo Cunha e o empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), conversas interceptadas no celular do empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, mostram Cunha e o empresário falando sobre votações de interesse da empreiteira na Câmara. Em seguida, o Cunha cobra doações oficiais da OAS para a campanha de Henrique Alves ao governo do Rio Grande do Norte, em 2014.