Governo usa comunicação oficial para criticar paródia de Marcelo Adnet

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) criticou neste sábado (5) o humorista Marcelo Adnet por uma paródia à campanha do governo federal sobre os heróis brasileiros. Em uma sequência de tuítes, o órgão comandado por Fabio Wajngarten afirmou que “há quem prefira parodiar o bem e fazer pouco dos brasileiros”.

Apesar de não citar nominalmente o humorista da TV Globo, a Secom usou uma imagem do vídeo publicado ontem por ele e afirmou que a campanha do governo foi vítima de “reações maldosas, carregadas de desprezo por brasileiros simples, mas imensamente bondosos”.

Crítico ao governo, Marcelo Adnet costuma produzir vídeos de sátira do presidente Jair Bolsonaro. O humorista vem produzindo uma série durante a quarentena chamada “Sinta-se em Casa”, gravada de sua casa no Rio de Janeiro. No vídeo a que a Secom faz referência, Adnet ironiza a participação do secretário especial da Cultura, Mário Frias, na campanha do governo em uma espécie de Arquivo Confidencial, quadro do programa Domingão do Faustão. Também há referências a Fabrício Queiroz, o ex-assessor do filho do presidente Flávio Bolsonaro, investigado pelo crime de “rachadinha”.

A peça do governo foi veiculada pela Secretaria de Comunicação na quinta-feira (3), em alusão ao dia da Independência, lembrado na próxima segunda-feira (7). A campanha visa o reconhecimento de grandes figuras nacionais, conhecidas ou anônimas.

Na peça publicitária de cerca de dois minutos, Mário Frias, que fez carreira como ator da Globo, fala sobre “um povo heroico, que encara com um brado retumbante o destino que nos encara” – enquanto visita o que aparenta ser um museu. “São estas pessoas que não fogem à luta e que habita todos os rincões do nosso país. Pessoas que amam o próximo e dividem este solo – literalmente. Esse é o Brasil e, por ele e seu povo, desafiam a própria morte.”

Frias já havia se pronunciado sobre o vídeo de Adnet chamando o humorista de “garoto frouxo” e “crápula”. “Garoto frouxo e sem futuro. Agindo como se fosse um ser do bem, quando na verdade não passa de uma criatura imunda, cujo o adjetivo que devidamente o qualifica não é outro senão o de crápula”, escreveu ele nas redes sociais na sexta-feira (4).

Congresso em Foco

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