A votação da PEC 227, do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), que prevê a realização de eleições diretas até seis meses antes do fim do mandato de Presidente, sequer foi debatida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e já virou um cavalo de batalha entre governo e oposição.
A matéria havia sido pautada para esta quarta-feira, mas o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), a retirou. A oposição reagiu, juntou a assinatura de 1/3 dos membros da comissão e exigiu que fosse convocada uma sessão extraordinária com apenas essa pauta.
O regimento interno da Câmara prevê isso. Em reunião fechada, a oposição tentava chegar a um acordo com Pacheco, para que a PEC fosse marcada para a próxima semana. Mas aliados do governo entraram na reunião para dizer que não aceitavam que a matéria voltasse à pauta na semana que vem, segundo informação de O Globo.
— Eles nem querem pautar a matéria. A impressão que a gente tem é que o governo não conta com maioria para votar. Quem tem maioria bota pra votar e derrota — disse Jandira Feghali (PC do B-RJ).
À CCJ cabe apenas admitir a matéria para que o seu conteúdo seja debatido. Se for aprovada, ela ainda tem que ser discutida e votada em uma comissão especial criada exclusivamente para isso e depois ser votada no plenário do Senado e da Câmara em dois turnos por maioria qualificada.