Após ser destituído da presidência interina do PSDB por Aécio Neves (MG), o senador Tasso Jereissati (CE) conversou por telefone com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, segundo interlocutores do parlamentar cearense. De acordo com as fontes, o ex-presidente teria demonstrado “perplexidade” com a saída de Tasso.
Tasso e Aécio tiveram uma discussão dura antes do anúncio de que o senador cearense seria destituído da presidência do partido. O tucano mineiro pediu ao colega, na conversa, que renunciasse ao cargo para que houvesse “isonomia” na disputa. Tasso, então, segundo relato de aliados, respondeu em tom duro: “Você prorrogou seu mandato de presidente do partido sem consultar a executiva”. O cearense disse que não renunciaria e, diante do posicionamento, Aécio o avisou que, com base no estatuto, determinaria sua destituição. As informações são da Agência Estado.
Segundo nota divulgada pelo Aécio, o motivo é a “desejável isonomia” entre os candidatos que disputarão o comando da sigla em dezembro. A candidatura de Jereissati foi oficializada nesta quarta-feira, 8. Ele deve ter como adversário na disputa o governador Marconi Perillo (PSDB-GO), que tem o apoio do grupo ligado a Aécio.
Até a disputa, o partido será presidido de forma interina pelo ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, que é o mais velho entre os vice-presidentes da sigla.
Goldman disse que o senador mineiro tomou a decisão de destituir Tasso Jereissati do comando tucano porque tem “prerrogativa partidária” para isso, segundo o estatuto da sigla. “Aécio tem essa prerrogativa estatutária e eu apenas obedeço o estatuto. Vou procurar fazer uma disputa com mais isonomia”, disse Goldman ao Estado/Broadcast.
O ex-governador foi escolhido por ser o mais velho entre os oito vice-presidentes nacionais do PSDB. Segundo Goldman, é possível que, até a convenção, surja um terceiro nome.
Escolha do presidente
Em conversa recente, Perillo disse ao senador cearense que aceitaria abrir mão caso o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fosse indicado para o cargo.
Outra opção debatida entre os tucanos é o governador Geraldo Alckmin ser ungido presidente do PSDB. Dessa forma, ele teria mais flexibilidade para articular sua pré-campanha presidencial.
O governador goiano começa nesta sexta-feira (10) a rodar o Brasil em sua campanha para conquistar os votos dos delegados tucanos que participarão da convenção. Até sábado, ele vai a Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre.
Um dos estados que receberá maior atenção do governador será São Paulo, que conta com quase 1/3 dos delegados. Ao todo, o colégio eleitoral que escolherá o novo presidente da sigla tem 395 integrantes, 150 delegados eleitos pela base, 180 integrantes do diretório nacional, 12 senadores e 46 deputados federais, além dos 27 diretórios estaduais.