Fábio Faria defende oposição unida para escolha do candidato ao governo

Sem quarentena, visita de Fábio Faria à China mostra força da Huawei |  Marcelo Ninio - O Globo
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirma que tem, neste fim de semana e na segunda-feira, uma série de conversas com lideranças da oposição ou que podem aderir a uma articulação contrária à reeleição da governadora Fátima Bezerra. Nos diálogos, pretende fazer uma convocação para a unidade em busca de um nome que agregue e unifique quem estiver disposto a integrar essa aliança política. “Estou fazendo uma convocação das oposições a Fátima Bezerra no Estado para que a gente saia com um nome.
Neste fim de semana, vou ter várias conversas, e na segunda-feira também, para que a gente possa buscar um nome”, disse o ministro. Ele está convicto de que, com essa unidade, a oposição terá possibilidade de sair vitoriosa na campanha eleitoral.
Fábio Faria é enfático nas críticas à governadora: “Deixou as crianças um ano e meio sem estudar. Ela é professora. O Hospital Walfredo Gurgel é um caos. Todo dia há assassinatos, mortes, explosão de farmácias. Vejo que o governo fechou as portas para o Brasil todo. Não vejo ninguém conversando com o Rio Grande do Norte”, diz.
Nesta entrevista, o ministro também faz projeções sobre a implementação do 5G e aponta as perspectivas eleitorais, na avaliação dele, do presidente da República.

O senhor tem apresentado projetos pilotos no Ministério das Comunicações, mas como está a implementação efetiva do 5G no país?
Agora estamos limpando a faixa de 3.5, que tem parabólicas e montamos um grupo na Anatel desde dezembro do ano passado. Na faixa do 5G, quando estiver aberta e pronta entre maio e junho, a implementação vai chegar de uma vez só, porque, em poucos dias, as operadoras colocam todas as antenas em funcionamento. A Brisanet garantiu que vai cobrir Natal inteira, Macaíba, Parnamirim e São Gonçalo do Amarante. Até julho deste ano, a gente precisa ter 5G nas capitais brasileiras, só que Natal ia receber em alguns bairros, mas como essas operadoras novas ganharam na licitação, para a Brisanet não faz sentido cobrir Ponta Negra, Tirol e Cidade Alta, aí quem vai para Lagoa Nova não pega. Então, as operadoras, ao invés de fazerem o que consta o edital para cumprir o número mínimo de cobertura por habitantes, vão fazer Natal inteira, porque a Brisanet vai virar uma operadora e quer que funcione Natal e Grande Natal, porque para quem comprar o serviço e quiser sair da Claro, da Vivo e da TIM, já pega em todo canto.  Por outro lado, outras operadoras vão ter de fazer cobertura para não perder o cliente, porque caso contrário 5G vai ser somente a Brisanet.
Com essa concorrência entre empresas, o consumidor pode ganhar com o preço da tarifa barateado?
Claro, a Brisanet vai vir com a tarifa mais barata. Eles vão ter que baixar também. Foi muito bom ter entrado as regionais, a gente tem seis novas operadoras funcionando, isso ajudou muito.
A aprovação recente na Câmara Municipal de Natal da lei regulamentando o serviço 5G também facilitou?
Facilitou, porque a gente tem uma lei federal, que é o “silêncio positivo”, que se a Câmara não fizer, vale a lei federal. Mas, para que não tenha nenhum tipo de questionamento, é bom que se tenha uma lei municipal. Ajudou muito. Agora é aprovar nas cidades. Vou ficar em cima para que façam logo e aprovem esses projetos de lei.
Como está a implantação do 5G em outras cidades polos do interior do Rio Grande do Norte, como Caicó, Currais Novos e Mossoró?
Isso as operadoras vão ver. Elas têm a obrigação este ano de implementar nas capitais, mas, como falei antes, três cidades vão receber, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante e Macaíba. Já estão avaliando Mossoró, se começa este ano ou não. Então, essa é uma decisão muito mais de mercado. No edital, a gente coloca uma regra, que começa pelas capitais, depois nas cidades acima de 300 mil habitantes, e, depois, acima de 100 mil, 50 mil e vai até chegar em todos os 5.570 municípios do Brasil. Com certeza, as cidades mais populosas tendem a receber mais rápido.
E como estão as privatizações, como no caso dos Correios?
O projeto da privatização dos Correios tramita no Senado Federal, já aprovamos na Câmara dos Deputados com uma grande maioria. E acredito que a questão política por ser próxima a uma eleição, interfere muito, porque o PT é contra e muitos senadores que vão apoiar o PT não têm interesses de votar essa pauta, que o grupo político definiu como prioridade votar contra. Então, a gente está trabalhando para ver se consegue construir um acordo, fazer uma mudança no projeto para que atraia mais senadores, porque, em 2022, um ano de eleição, só se vota na Câmara e no Senado, pauta consensual. Os presidentes das duas Casas nem pautam quando é algo que não tem consenso. Estamos conversando com os senadores da região amazônica para ver se a gente, atendendo um pleito que eles tinham, junto com a bancada que apoia o governo federal, tem condições de aprovar.
Pode inviabilizar, então, o fato de não ter conseguido aprovar em 2021?
É mais difícil. Em um ano eleitoral, é muito mais difícil.
Existem outras estratégias que o governo vem adotando para tentar vencer essas dificuldades políticas no Congresso Nacional para votações de matérias importantes este ano, não só nas privatizações, mas em outras áreas?
A privatização dos Correios foi trocada pela PEC dos Precatórios. Foi o acordo que fizeram em dezembro. Disseram que votariam uma das duas e o governo optou pela PEC dos Precatórios, tanto é que a gente pediu para retirar de pauta naquele momento, porque o governo pediu para priorizar a PEC dos Precatórios, que foi votada na última semana de sessões no Congresso. Então, não houve a menor condição.
Está se aproximando o prazo de desincompatibilização dos cargos (fim de março) e o senhor é pré-candidato a senador pelo Rio Grande do Norte, qual o perfil do seu sucessor no ministério das Comunicações?
Ainda não conversei com o presidente Jair Bolsonaro sobre isso, mas vai chegar o momento que vou conversar com ele e queria deixar isso reservado, porque quem faz a nomeação é ele e não queria tratar desse tema até que eu tivesse essa conversa com ele.
Mas seria um perfil técnico ou político?
Um perfil que pudesse dar seguimento a tudo o que foi feito durante esse tempo em que fui ministro. É esse o perfil. Tanto pode ser um técnico-político ou um político que possa comandar um grupo. Ou um gestor que possa acompanhar a evolução do 5G, o Wifi  Brasil, porque a gente tem a pretensão de conectar todas as escolas rurais este ano, encerrar 2022 sem nenhuma escola rural sem internet. Então, é preciso, se for possível, deixar alguém que possa dar seguimento. Não tem nada novo que falte ser criado. Há o Digita Brasil e Wifi Brasil, que estão andando, as Infovias, o 5G, a Internet Brasil, que começa agora em março a entregar um chip para as pessoas do Bolsa Família, não é o grupo todo, mas a gente está começando, para que naveguem na internet as famílias, as crianças que vão receber conteúdo de educação de graça. Elas vão receber 20 megas por mês e poderão entrar em tudo o que for conteúdo educacional e não vão gastar nada. Também é outro programa que a gente considera bem robusto e a nossa ideia é que comece atingindo 1 milhão de pessoas, mas que a gente possa chegar até 17 milhões.
Existem alguns critérios, mas tem chance de emplacar alguém aqui do Rio Grande do Norte. O senhor tem uma auxiliar que já ficou um período no cargo [Estella Dantas, secretária executiva do Ministério, que substituiu o titular que estava em missão internacional]?
Vamos ver. Fez o maior sucesso… Mas já disse, é uma conversa minha com o presidente, não vou falar nada em relação a isso, porque ele é que tem a caneta. Ele é quem decide. Deve conversar com cada ministro no momento certo e cada um vai conversar com ele para ver isso.
O presidente até antecipou essa preocupação. Haverá substituições em 12 pastas e já tem muita negociação com o Centrão para ocupar essas vagas?
Não, porque já tem o Republicanos com a pasta do deputado João Roma (Cidadania). O PL tem a pasta da deputada Flávia Arruda [ministra  da Secretaria de Governo]. Não estou representando o partido (o PSD). Fui uma escolha pessoal do presidente, até porque o PSD não é da base do governo e vai votar no senador Rodrigo Pacheco (MG) para presidente. Estou migrando para o PP agora em março. Então, acredito que esses partidos devem indicar os seus sucessores em suas pastas.
 
O senhor tinha estabelecido um prazo para um entendimento com o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) sobre candidatura ao Senado. Chegou janeiro. Como está esse entendimento?
Eu falei março, não? Eu sou candidato ao Senado e estou convicto disso. Acredito que é o caminho natural a tomar. Minha relação boa é em Brasília. É aqui [em Brasília]  que estou conseguindo liberar os recursos, que tenho boa relação nos Ministérios, no Judiciário, até para conseguir destravar projetos. Hoje tenho relação em vários lugares do mundo para tentar atrair empresas para o Brasil. Acho que o Senado é o lugar no qual poderia ajudar o meu Estado.  Mas não vou ficar olhando para o lado. O ministro Rogério Marinho tem o mesmo direito. O presidente da República já disse que não iria se meter e eu, em nenhum momento, estou buscando tirar Rogério Marinho, pedindo o apoio do presidente e nem condicionando nada. Estou fazendo apenas o meu papel, trabalhando para fazer aquilo no qual acredito. E a população, com o tempo, é quem decide, a gente não decide o que quer ser, a gente escolhe que quer ser candidato, mas quem elege é o povo.
E se não sair um acordo, existe a possibilidade dos dois para o Senado?
Não acho provável, porque  isso beneficiaria a esquerda. Beneficiaria o candidato da governadora Fátima Bezerra (PT). Se a gente divide o nosso campo de centro-direita, favorece o candidato de esquerda, não seria inteligente de nossa parte. Não vou dizer que seria uma coisa impossível de ocorrer, mas acho improvável.
Já existe alguma conversa entre o PL e o seu futuro PP e outros partidos sobre a indicação de algum candidato em potencial para enfrentar a governadora?
É isso que estou fazendo. Inclusive esse é o meu principal recado. Estou fazendo uma convocação das oposições a Fátima Bezerra no Estado para que a gente saia com um nome. Neste fim de semana, vou ter várias conversas, e na segunda-feira também, para que a gente possa buscar um nome. Acredito que exista hoje, até porque Fátima tem 56%, de acordo com a última pesquisa Consult, um instituto que tem credibilidade, mas que os números são parecidos com pesquisas de outros institutos também, de pessoas que dizem que não querem votar nela, que querem outro candidato. Não é um candidato que vai ser lançado e no outro dia vai ter 56% de votos. Mas é um candidato que o grupo todo apoiar. Esse terá o potencial para tirar a governadora, que é o que o povo quer. Ela está surfando aí como candidata que vai bem nas pesquisas, porque tem os 30% dela. Mas olho para os 56% que não querem votar nela. Acredito que ela está muito mal nas pesquisas. Toda pesquisa que pergunta se pretende manter a governadora ou tirar, 56% preferem tirar. Essas pessoas não vão decidir do dia para a noite. Não é um candidato que a gente vai lançar agora em janeiro, fevereiro ou em março, que no outro mês tenha 10%, 20% ou 30% dos votos. As pessoas hoje estão preocupadas com o preço da gasolina, com o preço do gás, com a inflação, quando é que vai chegar o Auxílio Brasil e se vai manter o emprego ou se a covid-19 vai voltar ou não. Elas não estão preocupadas em eleição. Então, a gente tem de buscar um nome, unir a oposição a Fátima, escolher, realmente, um nome que queira ser mesmo candidato a governador, tenha a simpatia do grupo e que possa fazer um grande trabalho como governador. E a gente tem, sim, nomes. Não quero falar aqui nenhum nome, mas tenho alguns em mente e a gente vem conversando. Acredito que já tem gente disposta a isso.
Como senhor pretende fazer essa convocação a partir de agora para unir a oposição ao governo estadual?
A estratégia é que a gente possa ter uma conversa com um leque maior de pessoas, porque ocorreram conversas com grupos grandes, mas não todo o grupo. A gente precisa ouvir mais gente, colocar todo mundo dentro. Eu converso com os prefeitos que não querem votar em Fátima Bezerra. Tirando o prefeito do PT que a apoia, não vejo mais nenhum. Todos dizem: “Pelo amor de Deus, ministro, vamos ver um nome”. A população responde nas pesquisas que não quer apoiá-la. Os 30% do PT são os 30% que sempre tiveram. Veja o que ela teve na eleição em 2018 e o que tem hoje nas pesquisas. Perdeu metade dos eleitores. Então, tem metade do que teve. Significa que a gente tem muita chance de fazer um candidato, não dá para ficar achando que pode ter o melhor candidato, se a gente pensa só no nome e fica parado em relação a isso. Por exemplo, Carlos Eduardo (ex-prefeito de Natal) se dispôs a conversar, a ser candidato, mas ao mesmo tempo ele se dispôs a conversar com Fátima para ser candidato a senador dela. Assim não dá. [Não é possível] para gente ter um pré-candidato que queira se compor com o PT.
Então, o senhor descarta uma pré-candidatura de Carlos Eduardo a governador neste momento?
Ele é quem vai ter de decidir, se ele quiser fazer parte deste grupo, o nome dele é forte, obviamente. Mas se quiser fazer parte, quem estará neste grupo, é quem estará de nenhum jeito e de jeito nenhum ao lado de Fátima Bezerra. Esse é o pressuposto de fazer este grupo. Não dá para gente fazer um grupo que tenha gente híbrida dentro. Você está aqui; está aqui. A chance de ir para lá é zero. Então, vamos participar aqui, ver todos juntos quem topa ser candidato ao governo, ver quem agregaria mais e buscar o nome. O momento de conversa é esse e acredito que até o final de março a gente tem isso muito bem claro.
Essa é a mensagem principal mensagem para possíveis candidatos da oposição, ter esse critério? Ser genuinamente oposição?
Genuinamente, ter portas fechadas para qualquer conversa com Fátima.
Excluindo-se Carlos Eduardo, quais seriam os nomes que hoje o senhor vislumbra para o governo?
Tem muita gente que pode ser candidata, vejo o deputado Ezequiel Ferreira (presidente da Assembleia Legislativa, do PSDB) como um belo nome. Ele até já falou que toparia conversar. Tem Fábio Dantas que hoje é um grande crítico da gestão de Fátima, mostrando a ineficiência dela. Tem a deputada Carla Dickson (PL), que um dia pode ser governadora, está fazendo um belo mandato, poderia agregar também. Álvaro Dias (prefeito de Natal, do PSDB), que na última vez que estive com ele, falou que não seria candidato, mas deu entrevista (domingo, 9, na TRIBUNA DO NORTE), dizendo que poderia ser. O nome que se colocar contra Fátima, eu apoiarei.
O deputado federal General Girão também se coloca como pré-candidato pelo Bolsonarismo?
Girão me falou que seria candidato à reeleição. O deputado federal João Maia (PL) também; o deputado federal Benes Leocádio (Republicanos), que tinha colocado o nome dele, disse que vai para reeleição. O deputado estadual Tomba Farias (PSDB), em algum momento, teria colocado o nome dele. A gente vai conversar com ele também. Deve-se conversar com todos eles, dialogar com a classe política e com a sociedade.
Se o senhor não terminar sendo candidato a senador, não poderia ser candidato a governo?
Sou pré-candidato ao Senado. Não sou pré-candidato a governador, já descartei isso. Nem a deputado federal e nem a governador.
E a vice-presidente, ministro?
Ninguém é candidato a vice-presidente. Vice é decidido na última hora com os partidos aliados e todos os grupos políticos chegam ao nome. Não existe candidatura a vice. Sou pré-candidato ao Senado, que é onde posso mais ajudar. A ‘vice’ vai ser decidida em junho, perto da convenção.
Há fragilidade da oposição no Rio Grande do Norte que não conseguiu, em três anos de governo Fátima, ter um nome consolidado?
Acho que foi um pouco da divisão da direita e do centro. Acho que subgrupos atrapalharam a formação de uma união maior. Isso foi o que ocorreu. Acredito que se a gente tivesse expandido mais a conversa, buscado o nome que agregasse o pensamento de todos, teria dado certo. Por exemplo, eu poderia ter apoiado o deputado Benes, com quem me dou super bem, só que não fui nem convidado para conversar quando lançaram [a pré-candidatura de] Benes. E até mandei mensagem para ele: “Sou anti Fátima, você, sendo pré-candidato a governo, teria meu total apoio. Por que não me chamaram? Vocês não querem o meu apoio?” Então, temos de reconstruir isso, de uma forma que ninguém fique de fora. Não dá para eu fazer um grupo; Rogério fazer outro grupo; Girão fazer outro grupo; Carla, outro; João Maia, outro. Não, tem que ser todo mundo, colocar numa mesa. Estou colocando o meu nome, que está sendo bem aceito. Na juventude, as pessoas estão vendo o meu trabalho, por exemplo, levando internet para quem não tem. Não estou construindo casa, hospital, mas as pessoas estão entendendo que a gente tem feito um trabalho que está ganhando muita visibilidade. As pessoas estão gostando e acreditando no que estamos fazendo. Eu jamais remo contra a maré. Estou colocando o meu nome, porque vejo que tem condições de caminhar mais, de ser candidato. Se chegar uma hora e vir que não vou ter, eu jamais vou querer ser candidato de cima para baixo.
E com Rogério, tem conversado?
Eu combinei com Rogério, em novembro, que a gente iria conversar em março. Ele tinha dito ao pessoal dele que ia se decidir até dezembro. Não sei se ele tomou essa decisão, eu não tenho nenhuma resposta.
O ex-presidente Lula está na frente das pesquisas até agora. Qual implicação no Estado?
Quanto foi que Haddad teve no segundo turno, em 2018, no Rio Grande do Norte? E quanto Bolsonaro teve e Fátima? A média no Nordeste, vi isso em estudo que a gente fez, o PT teve 75% dos votos e hoje tem uma média de 50%. E Lula, no Rio Grande do Norte, tem uma média em torno de 45% a 50%. O PT já chegou a ter 78%. Haddad teve 63% dos votos e Jair Bolsonaro 36%. Hoje Lula tem nas pesquisas 13% a menos e quando o candidato a governador está bem, sem rejeição, o candidato a presidente estando bem, ele puxa. Quando tem rejeição não adianta. Então, acredito que toda pesquisa que vejo, Fátima tem 40% a menos que Lula. Para ela ter 50%, Lula tem de ter 75% e não está tendo. Vejo Bolsonaro com muito mais chance de ter a quantidade de votos que ele teve, do que Lula com a quantidade de votos que Haddad teve, 36% dos votos válidos, que significa 25% nas pesquisas.
Hoje se vive um cenário econômico diferente das eleições passadas, qual a estratégia para se chegar em junho com um cenário melhor na economia?
O Auxilio Brasil vai melhorar a situação econômica dos mais pobres.  A segunda parcela dos R$ 400,00 começa a ser paga, o que vai ajudar muito. A gente vai levar água para o Nordeste. A transposição das águas do rio São Francisco vai chegar ao Rio Grande do Norte depois de 50 anos, uma obra do presidente Bolsonaro. Os outros tentaram e não entregaram. Vai ter a duplicação da Reta Tabajara, a barragem de Oiticica, internet para o Estado inteiro. As vacinas que chegaram para o Rio Grande do Norte, 100% do governo federal. Quando fazem pesquisa, acham que foi de Fátima, que comprou e distribuiu. Colocou na rede social como se fosse  dela. Na hora da campanha, a gente vai colocar Dilma Rousseff, que não entrou ainda; o PT, que não entrou ainda; o MST. Vai mostrar a Caixa Econômica como era antes e é hoje. A Petrobras, como era antes e é hoje. O Banco do Brasil. Só quem está na campanha é Bolsonaro. Tem 214 milhões de pessoas no Brasil. Só falam de Bolsonaro. Quem gosta, fala dele. E quem não gosta, fala dele. O nível de rejeição que pode ter chegado no topo foi o dele; o dos outros, não. O PT não vai ficar com o candidato até o final todo mundo aplaudindo? Bolsonaro é quem está todo dia metendo a cara.
O senhor acha que até as convenções, já dá para ter uma virada do presidente?
O presidente Bolsonaro tem uma largada parecida com a do PT. Os dois têm em torno de 30%. Não acredito que a terceira via tenha possibilidade de êxito. Acredito em uma campanha de dois turnos, na qual depois do primeiro turno, com o começo do  segundo turno, o PT vai estar em um desgaste grande, que não tem hoje. A campanha nem começou. A gente teve Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma, até hoje nenhum candidato à reeleição perdeu. A presidente, no caso.
O ex-juiz Sérgio Moro pode tirar votos de Bolsonaro?
Moro é a poupança de Bolsonaro para o segundo turno. Guarda os votos de Bolsonaro para o segundo turno. Torço para que Moro quebre esse teto que acho que ele tem, de 10% a 15%. Por mim, ele tem 20%. Se Moro tiver 20% no primeiro turno, 100% dos votos vão para Bolsonaro, nulo ou branco, nenhum vai pra Lula. A maior poupança de votos que Bolsonaro pode ter no segundo turno é a candidatura de Moro. Torço para que ele não desista de ser candidato.
Onde estão os aliados de Bolsonaro, que não mostram as suas ações e não defendem o governo?
Defendem. O presidente é muito forte, um político que tem a rede social com mais seguidores no mundo. Está entre os três, o que mais interage, tem mais números de curtidas e likes. Está sempre dando entrevista, coloca, não se esconde. Não dá para os outros aparecerem. Enfim, acredito que no momento certo os outros vão aparecer. Os ministros estão entregando obras. Por exemplo, Fomos para Macapá, Amapá (sexta-feira, 14)  e a gente vai colocar fibra ótica embaixo do rio Amazonas. Vamos cortar a Amazônia inteira e levar internet para mais de 10 milhões de pessoas e várias comunidades indígenas. Se abraçar uma pessoa, a imprensa vai dizer que está abraçando sem máscara. Isso é uma estratégia da imprensa, em que alguns da oposição são contra o presidente. Só que isso é material que vamos usar na campanha e, na hora, as pessoas irão olhar para a tela e vão analisar, porque 30% dos eleitores do Brasil decidem em quem vai votar na última semana, nos últimos sete dias.
Como está o processo de seu pai, ex-governador Robinson Faria, no STF?
Eu acredito que o processo dele tem muita… Já vi isso com os advogados, condição total de êxito, mas não gosto muito de opinar, porque está no Judiciário, é um assunto que ninguém deve opinar.
A governadora coloca como grande mérito a quitação das folhas de pagamento em atraso, inclusive anunciou o calendário de pagamento do servidor, isso pode fazer uma diferença na eleição?
Quem pagou a folha foi Bolsonaro. Não foi ela. Pode ver os recursos a mais que os governadores receberam, inclusive o Rio Grande do Norte. Foram mais de R$ 2 bilhões e meio que ela recebeu a mais. Fora o aumento de arrecadação. Fora os R$ 600 do auxílio, porque quando se coloca dinheiro girando, aumenta a arrecadação. Os estados tiveram aumento grande de arrecadação. A distribuição do dinheiro foi algo extraordinário. E  acho engraçado é que ela prometeu quitar as folhas atrasadas no primeiro ano e não quitou. Não fala nada sobre isso, mesmo com esses R$ 2,5 bilhões poderia ter pago as folhas atrasadas, cumprido a promessa dela e com recursos que estão vindo do governo federal e aumento devido os R$ 600 de arrecadação do comércio. Poderia já estar tudo em dia, mas não tem absolutamente nada para entregar. Deixou as crianças um ano e meio sem estudar. Ela é professora, o Hospital Walfredo Gurgel é um caos, todo dia assassinatos, mortes, explosões de farmácias. Vejo que o governo fechou as portas para o Brasil todo. Não vejo ninguém conversando com o Rio Grande do Norte. Nenhuma empresa nova, pelo contrário, saindo. Agora, com dinheiro em caixa entrando e não conseguir pagar a folha? Pelo amor de Deus, na época do governo passado tinham 19 estados com folhas atrasadas. Quantos têm hoje? Nenhum. Não existe hoje nenhum estado com folha atrasada. Não tem nenhuma prefeitura com folha atrasada. Que mérito é esse? Mérito é quando tem 20 estados com folha atrasada e tem um em dia. Mas se tem os 27 em dia, não é mérito. É dinheiro que veio do governo federal. Não vejo nenhum governador fazendo propaganda de folha em dia, porque sabem que isso aí é hipocrisia pura, porque o dinheiro veio sobrando, isso aí é falta do que ter o que falar.
Com informações, Tribuna do Norte

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.