‘Espero que governo da Venezuela mude rapidamente’, diz Bolsonaro em Davos

Da esq. para a dir. o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o presidente Jair Bolsonaro, o chanceler Ernesto Araújo e o ministro da Justiça, Sergio Moro, durante viagem a Davos

O presidente Jair Bolsonaro disse a jornalistas, na chegada a Davos, no fim da tarde desta segunda-feira (21), que veio ao Fórum Econômico Mundial na Suíça para “mostrar, via nossos ministros em especial, que o Brasil mudou” e que o país está pronto para que “negócios voltem a florescer” e para “restabelecer a confiança do mundo em nós”.

Sobre os desdobramentos da crise política na Venezuela, o presidente afirmou esperar que o “governo [do ditador Nicolás Maduro] mude rapidamente”.

Bolsonaro afirmou que não vai detalhar o plano do governo para a reforma da Previdênciadurante sua participação no encontro. Ele discursa em plenária na tarde desta terça-feira (22). Folha de São Paulo

Apesar de ter 45 minutos reservados para si, Bolsonaro disse que será “curto, objetivo, claro”. Depois de sua fala preparada, ele responderá a perguntas do fundador do fórum, Klaus Schwab.

Bolsonaro está hospedado no hotel Seehof, no centro de Davos. Também ali ficarão o ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e o general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional.

A comitiva inclui ainda os ministros Paulo Guedes (Economia), Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência), além do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, e do chefe da Apex, Mario  Vilalva. O secretário especial de comércio, Marcos Troyjo, chegou antes à cidade, assim como o governador João Doria (PSDB-SP), que aterrissou em voo comercial na manhã desta segunda.

Em sua estada, Bolsonaro pretende apresentar aos investidores nos Alpes, com auxílio de Guedes, sua agenda liberalizante para a economia, tratando de privatizações e reforma da Previdência.

O presidente também deseja certificar as credenciais democráticas do país e tratar de temas como inserção e cooperação regional, Mercosul e crise na Venezuela, a qual será objeto de um painel paralelo à agenda oficial nesta quarta (23), com a participação dos brasileiros.

Na semana passada, Bolsonaro, Araújo Moro receberam em Brasília opositores venezuelanos, entre eles o ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, o deputado Julio Borges e o presidente da Suprema Corte venezuelana no exílio Miguel Ángel Martín.

Em nota divulgada na última quinta-feira (17), o Ministério das Relações Exteriores brasileiro sinalizou positivamente para a possibilidade de reconhecer o deputado opositor Juan Guaidó, líder da Assembleia Nacional, como presidente legítimo da Venezuela caso o Legislativo assim o declare.

O comunicado do Itamaraty adotou uma linguagem dura para se referir ao ditador Nicolás Maduro. “O sistema chefiado por Nicolás Maduro constitui um mecanismo de crime organizado. Está baseado na corrupção generalizada, no narcotráfico, no tráfico de pessoas, na lavagem de dinheiro e no terrorismo.”

Maria Cristina Frias, Luciana Coelho e Lucas Neves

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