Em quatro anos, patrimônio declarado de Aécio Neves aumentou 305%

Patrimônio, segundo o senador, aumentou após a transferência de cotas de rádio que eram de sua mãe e parte da herança de seu pai. Correção monetária dos imóveis poderia elevar valor dos bens do tucano

POR ISABELLA MACEDO | Congresso Em Foco

Quando concorreu ao Senado, em 2010, Aécio Neves declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter R$ 633.938,42 em bens. Quando declarou seus bens novamente, ao concorrer à Presidência, nas eleições de 2014, a declaração somava R$ 2.503.521,81. O aumento é de 305%. O senador afirma que a riqueza acumulada não vem de sua atividade pública. As informações foram veiculadas em primeira mão pela Agência Lupa, em parceria com a CBN.

Em acréscimo aos bens declarados em 2010, constam R$ 700.000,00, correspondentes a 88 mil cotas da Rádio Arco Íris Ltda; de R$ 666.660,00, acumulados após herdar 15.833 cotas agropecuárias de seu pai; e um carro Land Rover, avaliado em R$ 166,5 mil. As cotas da rádio, afirma Aécio, foram transferidas por sua mãe.

O aumento poderia ser maior. Ao declarar os bens que possuem, os políticos não são obrigados a atualizar o valor dos imóveis que possuem. Na declaração de Aécio, por exemplo, há alguns casos do tipo: um apartamento em Belo Horizonte (MG) e outro no Rio de Janeiro (RJ). O primeiro, adquirido em 1996, é registrado em ambas as declarações no valor de R$ 222 mil, sem atualização da valorização ou desvalorização do imóvel. O imóvel foi adquirido por R$ 180 mil, acrescido de R$ 42 mil, referente a uma reforma. O mesmo acontece com o apartamento no Rio de Janeiro, adquirido em 1995 por R$ 109,5 mil, mas que não registra acréscimos.

Uma rápida busca na internet indica que um imóvel na rua Samuel Pereira, em Belo Horizonte, custa entre R$ 380 mil e R$ 1,8 milhão. Já na rua Epitácio Pessoa, no Rio, custa, pelo menos, R$ 1,3 milhão.

Outros valores não corrigidos são o de um terreno em Cláudio e três lotes em Nova Lima, ambos municípios em Minas Gerais. O município de Cláudio foi coadjuvante em polêmica que envolveu Aécio também em 2014. À época, uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo indicava a construção e uso de um aeroporto construído na fazenda de um tio de Aécio. A pista era de uso privativo de Aécio e sua família.

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