‘É uma incoerência que a História nos colocou’, diz Tasso, sobre apoio do PSDB a Temer

Visivelmente desconfortável com a manutenção do apoio ao governo do presidente Michel Temer, o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissatti (CE) disse que sua posição foi vencida pela posição majoritária da Executiva, dos governadores e prefeitos presentes, mas não poupou o governo de críticas.

Sobre a disposição do partido de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de inocentar a ex-presidente Dilma Rousseff e Temer, Tasso reconheceu que é difícil entender o fato do partido continuar no governo e continuar pedindo a cassação do presidente.

— Com certeza é uma incoerência nossa, mas uma incoerência que a História nos colocou. Esse não é o meu governo. Não é o governo dos meus sonhos, não votei em Dilma nem em Temer, mas estamos aí por causa das circunstâncias, mas não vamos fazer nada que rasque um pedacinho da Constituição — desabafou Tasso, dizendo que o PSDB poderia continuar apoiando as reformas sem os ministros dentro do governo, mas sua posição tinha sido derrotada pela posição majoritária. As informações são de O Globo.

O senador ressaltou, contudo que o partido continua achando que houve corrupção e mau uso do dinheiro público na eleição de 2014 pela chapa Dilma-Temer e não tem porque ficar calado. O apoio ao governo, disse, foi em função do receio de desestabilizar ainda mais o país e impedir a retomada do emprego.

— Achamos que houve corrupção e mau uso de dinheiro público na campanha de 2014 e não temos que ficar calados. Se cabe um recurso para provar nossa convicção, vamos recorrer. Minha opinião é que tem que recorrer. Continuamos no governo Temer, mas sem renunciar a nossas convicções, que houve corrupção na campanha da chapa — completou.

Tasso anunciou uma nova reunião da Executiva para a próxima semana para definir a antecipação da data da convenção nacional para eleger os novos comandos nacional e regionais do PSDB, o que forçará a saída definitiva do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) da presidência do partido. Até lá, disse Tasso, será monitorada diariamente a possibilidade de desembarque do governo, diante de fatos novos.

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