Benito Gama: petebista diz que já haveria 380 deputados favoráveis ao distritão.
Pressionados pelo calendário eleitoral, deputados articulam votar antes do recesso de julho a reforma política na Câmara. O texto, que antes previa uma série de modificações, agora deve ficar limitado a poucos pontos: mudança no sistema proporcional, a criação de um fundo público para custear as campanhas e talvez a cláusula de barreira, caso
consiga apoio suficiente para avançar.
Avaliada como proposta para baratear campanhas e também para salvar os investigados na operação LavaJato, aumentando suas chances de reeleição, a lista fechada está fora dos planos. O modelo com mais apoio, e que vai a voto, é o distritão, como regra de transição para a eleição de 2018, e que se tornaria o distrital misto a partir de 2022. Para valer nas próximas eleições, a reforma precisa tramitar até setembro.
No atual modelo, a lista proporcional aberta, o número de cadeiras é determinado pela soma dos votos nos candidatos e partidos e as vagas são preenchidas pelos mais votados da coligação. Já na lista fechada, o voto é só no partido e as vagas são distribuídas pela ordem estabelecida pela legenda. No distritão, são eleitos os mais votados, independentemente dos votos recebidos pelas siglas partidárias.
O distritão serviria como modelo de transição, para tornar desnecessário o fim das coligações proporcionais e por ser mais aceito pela maioria. Como os candidatos mais votados são eleitos sem depender dos partidos, as coligações perdem o sentido. Esse modelo vigoraria até 2022 porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou aos parlamentares que não tem condições de fazer a divisão dos distritos eleitorais menos de um ano antes da eleição.
A partir de 2022, os maiores partidos defendem que o modelo seja o distrital misto. Nesse formato, metade das vagas é preenchida pelos mais votados da região e metade pelo número de cadeiras conquistada pela sigla. A ideia dos articuladores da reforma política é votar a mudança em primeiro turno em julho