Convenção da Assembleia de Deus declara apoio a Bolsonaro

A cúpula da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), a mais tradicional desse segmento evangélico no País, selou uma aliança para apoiar a campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) em outubro deste ano. O apoio foi dado publicamente por líderes da instituição na Assembleia Geral Ordinária da convenção, que ocorreu em Cuiabá, em um dos maiores templos da igreja no Brasil. O grupo é liderado pelo pastor José Wellington Bezerra da Costa. Recentemente, o líder religioso admitiu a intermediação de emendas parlamentares em São Paulo, conforme revelou o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Jair Bolsonaro afirma que todos os Poderes do Brasil “podem ser aperfeiçoados e melhorados”

Políticos do PL e do Republicanos, partidos da base do governo, devem lançar uma série de candidatos da Assembleia de Deus ao Congresso e às Assembleias Legislativas neste ano para aumentar a bancada religiosa. Bolsonaro foi recebido no evento ao lado do ex-ministro da Defesa Walter Braga Neto, escolhido como candidato a vice na chapa.

“O Deus a quem ele honra com certeza o honrará no próximo mês de outubro, no dia da eleição geral. O senhor é o nosso pré-candidato, mas esperamos que no mês de outubro, para envergonhar o Diabo, para dizer àquela gente que não gosta dos crentes, que Jesus Cristo, o Senhor, dará a este homem a vitória no primeiro turno, se Deus assim permitir”, afirmou o patriarca José Wellington, em discurso na convenção.

A declaração representa um apoio formal da cúpula da maior ala da Assembleia de Deus no País, igreja que se divide em outras ramificações. José Wellington já esteve ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos governos petistas e admitiu, em entrevista ao Estadão/Broadcast em fevereiro, que também aceitaria conversar com Lula se o PT for o vencedor da eleição.

O pastor José Wellington Júnior, filho de Bezerra e atual presidente da CGADB, também reforçou apoio a Bolsonaro e disse que a igreja buscará aumentar os representantes no Congresso Nacional a partir do ano que vem. Nos últimos anos, apesar do avanço da bancada evangélica, a Assembleia de Deus do Belém (ou da Missão, como é chamada) perdeu representatividade para outras denominações no grupo.

Em tom de campanha eleitoral, Bolsonaro afirmou estar em uma “luta do bem contra o mal” e disse que os valores cristãos estão “ameaçados”, mas ouviu um recado do pastor Elias Torralbo, que pregou sobre o profeta Habacuque e fez uma referência à necessidade do fim da violência, da injustiça social e da desigualdade de renda.

“Com todo respeito à autoridade máxima da nossa nação que está aqui, e não há dúvida que é um instrumento usado por Deus nesse tempo, mas a solução desse País, por incrível que pareça, passa pela igreja do Senhor. Se a igreja for bem, a nação também irá bem”, disse Torralbo durante a pregação.

Poderes

Crítico do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ontem que todos os Poderes do Brasil “podem ser aperfeiçoados e melhorados”.  Bolsonaro também criticou a esquerda, que na candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve polarizar com o presidente nas eleições deste ano. “O inimigo da nação não veste verde e amarelo, veste vermelho”, afirmou o chefe do Executivo no evento. “Tem um ladrão por aí que vive dizendo que sonha em voltar a desarmar seu povo”, acrescentou, em aparente referência a Lula.

“O Brasil é um país cristão. Somos contra o aborto, a ideologia de gênero. Nós queremos arma de fogo para o cidadão de bem”, repetiu ainda o presidente, reforçando a postura conservadora que deve adotar na campanha.

Com uma plateia de apoiadores do governo, a cerimônia de ontem em Goiás também foi marcada por vaias ao governador do Estado, Ronaldo Caiado (União Brasil), que se distanciou de Jair Bolsonaro.

Tribuna do Norte

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