Com apoio de caciques do PMDB, Raquel Dodge é favorita à PGR

Muito antes das eleições internas para a escolha de uma lista tríplice a ser apresentada ao presidente Michel Temer, a subprocuradora Raquel Dodge desponta como a favorita a ocupar o lugar do atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Tida como certa entre os três primeiros colocados na disputa interna, Raquel conta com forte apoio de três peemedebistas: o ex-presidente José Sarney, o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (AL) e o ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (PR).

Os três líderes já fizeram chegar aos ouvidos de Temer que, pela vontade deles, Raquel deverá chefiar o Ministério Público Federal nos próximos dois anos, segundo disse ao GLOBO uma fonte que acompanha a disputa de perto. Também já teriam manifestado preferência pela subprocuradora o ministro da Justiça, Torquato Jardim, e o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

Apesar de ser a preferida de aliados do PMDB para ocupar a vaga de Rodrigo Janot, a subprocuradora Raquel Dodge não é a favorita do presidente Michel Temer. Ele teria uma ligeira preferência pelo subprocurador Mário Bonságlia, outro nome praticamente assegurado na lista tríplice. Mas, fragilizado pelo inquérito em que é investigado por corrupção, organização criminosa e obstrução de justiça, o presidente estaria disposto a ceder à pressão dos aliados que, até aqui, têm sido essenciais para a permanência dele no cargo. Na avaliação de interlocutores de Temer, Raquel não teria a mesma combatividade de Janot mas, para o presidente, guardaria ainda um certo grau de imprevisibilidade.

As eleições internas para a escolha do sucessor de Janot estão marcadas para o dia 27. A partir da lista tríplice, o presidente da República deverá indicar um nome. A nomeação depende de aprovação em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça e no plenário do Senado. Oito candidatos disputam uma vaga. Além de Raquel e Bonságlia estão no páreo os subprocuradores Nicolao Dino, Ela Wieko, Sandra Cureal, Carlos Frederico, Franklin Rodrigues e Eitel Santiago.

A escolha do procurador-geral da República é considerada um dos movimentos mais importantes do xadrez político do país neste momento. O próximo chefe do Ministério Público deve decidir o destino não só de Temer, mas também de influentes políticos investigados na Lava-Jato. Na linha de tiro, além de Renan e Sarney, estão os principais presidenciáveis nas eleições de 2018. Caberá ao próximo procurador dar sequência a inquéritos e eventuais denúncias contra todos eles. No caso de Temer, Janot já terá apresentado uma denúncia.

O mandato de Janot termina em 17 de setembro. O procurador-geral manifestou apoio ao subprocurador Nicolao Dino. O subprocurador é bem visto pela categoria, mas as chances de indicação dele seriam próximas de zero. Isto porque ele é irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), adversário de Sarney, hoje um dos conselheiros mais influentes de Temer.

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