Capes perde R$ 4,1 bi e suspende novas bolsas de mestrado e doutorado

Estudantes da UFF protestam contra corte de verbas para o ensino superior Foto: Pablo Jacob

Uma semana após anunciar o contingenciamento de 30% das verbas das universidades federais , o governo de Jair Bolsonaro abalou novamente a comunidade acadêmica esta quarta-feira, suspendendo a concessão de bolsas de mestrado e doutorado. A medida, tomada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), não afeta os estudantes já contemplados com o benefício.

Hoje, alunos de mestrado ganham bolsa de R$ 1,5 mil, e os de doutorado, R$ 2,2 mil. Em nota, a Capes anunciou que o sistema de concessão do benefício foi fechado em maio — ou seja, que não estariam mais “à disposição das instituições”.

O órgão não informou quantas das bolsas que classificou como “ociosas” foram suspensas, nem quantas universidades foram atingidas. Todas as bolsas que não estavam sendo utilizadas em abril passado foram “recolhidas”.

Os reitores foram comunicados ontem sobre o corte promovido pela Capes e ainda calculavam como a medida atingiu suas instituições. Houve protestos contra a suspensão das bolsas em Niterói, organizado por estudantes da UFF , e em São Paulo, onde o movimento foi chamado de Marcha pela Ciência .

Na Coppe-UFRJ, o maior centro de ensino e pesquisa de engenharia do país, 35 bolsas foram perdidas em apenas dois dos 11 programas.

Na Universidade Federal Fluminense (UFF), foram recolhidas sete bolsas de mestrado, 24 de doutorado e duas de pós-graduação.

— O Brasil tem um modelo de produção do conhecimento intimamente ligado à pós-graduação. Os bolsistas são alunos formados e motores da produção científica — disse o reitor da UFF, Antonio Claudio Nóbrega.

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