Câmara derruba denúncia contra Michel Temer e ministros

Denuncia Temer

O plenário da Câmara dos Deputados barrou na noite desta quarta-feira, pela segunda vez, o prosseguimento de uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer. O placar da acusação por obstrução da Justiça e organização criminosa foi mais apertado para o peemedebista do que o da primeira denúncia, por corrupção passiva, suspensa em agosto deste ano.

Temer recebeu o apoio de 251 deputados federais e 233 votaram para autorizar a continuidade das investigações contra o peemedebista. A votação pró-presidente, desta vez, não alcançou nem a maioria simples – 257 dos 513 parlamentares da Casa. Na primeira denúncia, foram 263 votos pró-governo e 227 pelo prosseguimento da denúncia.

Apesar da vitória, o cenário político no Congresso indica que Temer terá dificuldade para construir maioria para tocar a agenda de reformas do governo, como a da Previdência, até o fim de seu mandato, em janeiro de 2019. O presidente foi acusado pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot de obstruir as investigações da Operação Lava Jato e de integrar uma organização criminosa ao lado dos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco.

Enquanto os deputados decidiam seu futuro político na Câmara, Temer enfrentava problemas de saúde. O presidente passou mal e teve de ser internado no Hospital do Exército em Brasília. O presidente deixou o hospital pouco antes do fim da decisão dos deputados.

A dispersão da base governista também preocupou o Palácio do Planalto e ficou evidente ontem. A estratégia da oposição de obstruir a sessão para adiar a votação foi reforçada por aliados descontentes, que aproveitaram o momento para passar um recado ao governo e cobrar demandas não atendidas.

Embora a sessão ter começado por volta das 9 horas, somente no fim da tarde o governo conseguiu colocar os 342 deputados no plenário para dar início à votação. O Estado presenciou diversos deputados da base reclamando de pedidos ignorados e abordando os ministros que estavam em plenário para saber como estava o andamento dos seus pedidos.

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