Caça e posse de armas podem ser aprovadas no Congresso

O Deputado Major Olimpio durante seu discurso sobre o relator deputado Arthur Maia ter retirado do texto da reforma previdênciaria os Guardas Penitenciário na comissão da Câmara 03/05/2017 Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo

Com o avanço das bancadas de partidos conservadores na Câmara , questões polêmicas – como caça e posse de armas – que estavam fora da pauta política devem voltar à discussão sob uma eventual gestão de Jair Bolsonaro (PSL). A regularização do abate de animais exóticos como o javali, discussão que existe em São Paulo, já é vista como uma porta de entrada para a caça de várias outras espécies.

Em caso de vitória do capitão da reserva, grupos como a Associação Nacional de Caça e Conservação (ANCC) esperam pela desburocratização da caça ao javali, espécie considerada exótica e que destrói plantações. Bolsonaro aparece em um vídeo exibido nas redes sociais da ANCC.

— Se Deus quiser, a partir de 2019, burocracia zero. Vamos implementar, porque é um esporte saudável. Caçadores, parabéns, estamos juntos! — diz o capitão.

Réu entre os doadores

Entre os contribuintes da vaquinha virtual de Bolsonaro há doações do fazendeiro Célio Neri, réu sob acusação de fazer parte de um grupo de caçadores de onças e que fez quatro doações à campanha que somam R$ 4 mil. Sua defesa não retornou as ligações da reportagem. A campanha teve outros 26 mil doares.

Apoiador de Bolsonaro, o deputado Valdir Colatto (MDB-SC), é defensor de outra pauta polêmica que poderá ganhar força: o plantio ou pecuária em terras indígenas, hoje proibido. Alvo de críticas de ambientalistas, Colatto se diz animado com a possibilidade de Bolsonaro chegar ao Planalto: RECEBA AS NEWSLETTERS DO GLOBO:CADASTRARJá recebe a newsletter diária? Veja mais opções

— O Lula e a Dilma nunca nos receberam. Se o presidente concorda com nossas teses, vamos buscar aprová-las.

Muito discutida na campanha, a posse de armas é outra pauta que deve ganhar força no Congresso, caso Bolsonaro seja eleito, assim como a discussão sobre o endurecimento de penas, além da redução da maioridade de 18 anos para 16. Esse é um dos pontos defendidos por aliados de Bolsonaro, como os deputados federais Onyx Lorenzoni (DEM-RS), cotado como ministeriável, e Rogério Peninha (MDB-SC). Eles apresentaram projetos que defendem a liberação do porte de armas. O mais avançado é o de Peninha, que já tramitou nas comissões e está pronto para votação no plenário.

 —Eu prefiro votar no ano que vem, quando o perfil da câmara será mais conservador. Se aprovado, com certeza ele (Bolsonaro) não vai vetar — disse Peninha.

Outro projeto de estimação dos apoiadores de Bolsonaro é o Escola Sem Partido. Já em tramitação na Câmara, a proposta quer proibir o que seus proponentes afirmam ser doutrinação ideológica nas escolas. Um dos proponentes é Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre eleito pelo DEM, por São Paulo. Segundo ele, o projeto, que encontra resistências entre partidos de esquerda, é um daqueles que devem avançar no novo governo.

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