Avanço da popularidade de Bolsonaro mexe com alianças eleitorais no Rio e em São Paulo

O crescimento da popularidade do presidente Jair Bolsonaro — sua aprovação atingiu 37%, segundo o Datafolha, melhor índice desde o início do mandato — modificou o cenário político das principais capitais às vésperas das eleições municipais de novembro.

A uma semana do início das convenções partidárias, a definição dos candidatos a vice nas principais chapas no Rio e em São Paulo sofre influência dos movimentos do presidente, que vem se reaproximando do PSL, seu antigo partido, e da necessidade de buscar ao menos parte do eleitorado que o apoia, sem abdicar de quem o desaprova.

Esse é o dilema no Rio, onde, por exemplo, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) negocia com o PSL, posiciona-se na oposição ao atual prefeito e aliado de Bolsonaro, Marcelo Crivella (Republicanos), mas faz cálculos para não perder o eleitorado órfão após a saída de Marcelo Freixo (PSOL) da disputa. Já em São Paulo, para além das divisões internas do campo bolsonarista, que se agravaram após o presidente dar sinais de que pode fazer as pazes com o PSL, a presença de Márcio França (PSB) num evento com Bolsonaro abriu uma crise entre partidos aliados de esquerda.

A destinação dos recursos partidários foi um dos motivos para o atrito entre Bolsonaro e Bivar no ano passado. A sigla tem ainda o segundo maior tempo de propaganda eleitoral em rádio e TV. Diante da tentativa frustrada de fundar seu próprio partido, Bolsonaro e deputados aliados na Câmara trocaram acenos nos últimos meses com o presidente do PSL e passaram a pleitear espaço nas disputas municipais.

As convenções partidárias devem acontecer entre 31 de agosto e 16 de setembro, após terem sido adiadas por um mês devido à pandemia do coronavírus.

O Globo

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