Após veto de Bolsonaro, Maduro foi ‘desconvidado’

ERNESTO MASTRASCUSA / AFP

Após o presidente eleito Jair Bolsonaro afirmar na tarde deste domingo que não convidou para sua cerimônia de posse o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fontes do Itamaraty afirmaram que documentos oficiais fazendo o convite chegaram a ser enviados para a governo venezuelano.

Segundo fonte do Itamaraty, a orientação inicial da equipe de Bolsonaro foi convidar os chefes de Estado e governo de todos os países com os quais o Brasil tem relações diplomáticas, o que foi feito. Só depois o Ministério das Relações Exteriores recebeu orientação de excluir Cuba e Venezuela da lista, o que o obrigou a fazer uma segunda comunicação aos dois governos, fazendo o “desconvite”.

Segundo fonte do Itamaraty, a orientação inicial da equipe de Bolsonaro foi convidar os chefes de Estado e governo de todos os países com os quais o Brasil tem relações diplomáticas, o que foi feito. Só depois o Ministério das Relações Exteriores recebeu orientação de excluir Cuba e Venezuela da lista, o que o obrigou a fazer uma segunda comunicação aos dois governos, fazendo o “desconvite” .

Em sua postagem na rede social, no entanto, Arreaza não só afirmou que Maduro e autoridades venezuelanas foram convidados, como anexou imagens de documentos formalizando o convite: “Aqui é possível ler as duas notas diplomáticas oficiais enviadas pelas autoridades brasileiras convidando o governo venezuelano e o presidente Nicolás Maduro a assistir a posse de Jair Bolsonaro”, disse ele, anexando imagens de dois textos, um deles datado de 29 de novembro.PUBLICIDADE

Arreaza ainda completou anexando uma resposta do governo da Venezuela datada de 12 de dezembro, segundo a qual as autoridades do país se negam a comparecer: “O presidente Nicolás Maduro jamais considerou assistir a posse de um governo como o de Jair Bolsonaro. Esta é a firme resposta oficial que enviamos a Ernesto Araújo (futuro chanceler brasileiro) através do Itamaraty no último dia 12 de dezembro”, disse o chanceler em outro tuíte.

Conforme informou a revista “Época” no último sábado, a decisão de não convidar Maduro partiu do próprio Ernesto Araújo — e não do presidente eleito — e foi o que motivou a demissão de Paulo Uchôa Ribeiro Filho, diplomata que estava à frente do cerimonial da posse de Bolsonaro.

Uchôa Ribeiro Filho discordava de Araújo, que queria deixar de fora tanto o representante da Venezuela quanto o de Cuba. Por não conseguir persuadir o futuro chanceler, o diplomata procurou o próprio Bolsonaro. Na conversa, conseguiu convencê-lo da importância de fazer o convite aos dois países.

Ernesto Araújo sentiu-se traído pelo subordinado e imediatamente pediu que o presidente eleito o demitisse, relatou a “Época”. O diplomata foi mandado embora a três semanas da cerimônia de posse.

O veto não é extensivo a outros países com governos autoritários. Somente Venezuela e Cuba teriam ficado de fora da lista de convites elaborada pelo futuro chanceler, como mostrou Lauro Jardim em sua coluna ontem. Outros regimes autoritários, como Arábia Saudita, Coreia do Norte, Irã e Turquia, não foram vetados.

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