Após sair na frente, Brasil mudou forma de jogar e foi punido

Brasil x Suíça

Duas estratégias suíças funcionaram bem contra a seleção brasileira. E uma opção da equipe do técnico Tite pareceu ter falhado.

Logo após fazer o gol, aos 19 minutos do primeiro tempo, o time brasileiro deixou de ter o domínio da partida.

Antes de Philippe Coutinho fazer o primeiro gol do jogo, 59% dos passes eram feitos pelo Brasil. Depois, o domínio mudou de lado, e a Suíça passou a ter 58%, chegando a ter pico de quase 80% no fim da primeira etapa.

No começo do segundo tempo, veio o gol da equipe europeia. O juiz pode ter errado ao não marcar falta de Zuber no zagueiro Miranda. De qualquer forma, a seleção estava com vantagem apertada demais para deixar a Suíça jogar.

Olhando o que funcionou na equipe suíça, uma decisão que pareceu eficaz foi a de não recuar excessivamente quando o jogo estava empatado. Folha de São Paulo

O gráfico que mostra onde foram dados os toques na bola aponta que a atividade suíça se concentrou bem próxima ao meio de campo.

É diferente do que praticou, por exemplo, a Islândia contra a Argentina, que concentrou sua atuação quase dentro da própria área. A Suíça fez isso apenas no fim do jogo.

Outra estratégia que funcionou foi a de parar as jogadas do Brasil com faltas. Foram 19, deixando a equipe entre as mais faltosas desta Copa.

O principal alvo foi o atacante Neymar, que sofreu dez dessas faltas. É o maior número de todos os atletas do Mundial até aqui. Com tantas barreiras, Neymar conseguiu finalizar apenas uma vez.

Uma aposta brasileira que certamente deu certo foi a escalação de Coutinho.

Ele marcou num chute de fora da área, justamente uma de suas jogadas preferidas.

No livro “Soccermatics”, o professor de matemática David Stumper destacou essa jogada do brasileiro na temporada 2015-2016 no Liverpool (ele hoje joga no Barcelona).

No torneio, o aproveitamento de Coutinho foi o dobro da média dos demais jogadores em chutes de fora da área.

No livro, Stumper chega a questionar se a jogada valia a pena, por ser de baixo aproveitamento em relação a chutes de dentro da área.

Ao menos contra a seleção da Suíça, funcionou.

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