Alckmin e Ciro são os presidenciáveis que mais viajam pelo país

O presidenciável Geraldo Alckmin, em Alter do Chão (PA), em agosto

A um mês do primeiro turno da eleição, o tucano Geraldo Alckmin e o pedetista Ciro Gomes são o presidenciáveis que mais têm percorrido o país em campanha. Foram 11 estados rodados por Alckmin, além do DF, incluindo viagens a localidades no interior do Pará, do Tocantins, Ceará e Minas.

Ciro esteve em 12 estados e no DF, mas foi a menos cidades do que o tucano.

Em três semanas de campanha, o roteiro das viagens dos cinco principais candidatos, contando com o vice petista, Fernando Haddad, indica uma priorização do Nordeste, onde está o principal espólio eleitoral do ex-presidente Lula, que está impedido de concorrer por causa da Lei da Ficha Limpa.

Fortaleza, por exemplo, é uma das poucas capitais que já teve eventos de campanha de quatro dos principais candidatos a presidente.

Haddad esteve em 12 estados, mas se concentrou no Nordeste –visitou 8 dos 9 estados.

Ciro também começou uma série de visitas à região –só nesta quinta (6) tinha agendas em Sergipe, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

Jair Bolsonaro (PSL), que fez giros pelo interior de São Paulo e só organizou uma viagem mais longa, ao Norte do país, também se preparava para intensificar os compromissos no Nordeste. Ele está hospitalizado após ter sido alvo de um ataque em visita a Juiz de Fora (MG) nesta quinta.

O Sul vem sendo menos visitado pelos principais presidenciáveis –Haddad esteve no Paraná basicamente para visitar Lula na prisão.

Marina Silva (Rede) vem se dedicando aos maiores centros, como regiões metropolitanas do Rio e de São Paulo.

Até agora os cinco ainda não estiveram em Roraima, Amazonas e Rio Grande do Norte na campanha.

São Paulo e Brasília, que costumam ser os QGs das campanhas, concentram agendas como eventos de entidades e associações setoriais e entrevistas para os meios de comunicação, o que aumenta a frequência de agendas nessas capitais. Uma estratégia comum é produzir eventos em cidades próximas.

Para a coordenação de campanha de Marina, a quantidade de chamados encontros fechados cria um dilema: ela não quer se ausentar dos principais debates nem perder a oportunidade de falar com lideranças empresariais e formadores de opinião, mas também deseja aumentar o volume de atos de rua e encontros com apoiadores.

Na quarta (5), a candidata da Rede desistiu de participar de entrevista fechada em Brasília para fazer agenda aberta no Pará. Também abriu mão de entrevista na segunda (10), quando irá a Salvador.

Ciro, Marina, Bolsonaro e Haddad se deslocam apenas em voos comerciais. O candidato do PSL vinha aproveitado a chegada nos estados para fazer atos nos aeroportos e de lá seguir para carreatas. 

Alckmin tem usado avião particular contratado com a empresa Icon Táxi Aéreo para os deslocamentos do período eleitoral. Procurada, a campanha do PSDB não deu detalhes do contrato e informou que essas informações serão apresentadas à Justiça Eleitoral na prestação de contas.

Até agora, ainda não há no sistema de contas dados dos gastos com transporte desses presidenciáveis.
A tática de Alckmin reflete a necessidade do tucano de se tornar mais conhecido fora de São Paulo. Na pesquisa mais recente Datafolha, era o Nordeste a região em que ele é menos conhecido dos eleitores e tem intenções de voto mais baixas.

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