Nas gravações feitas pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, que fechou acordo de delação com a Procuradoria Geral da República (PGR), estão conversas com o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) sobre tentativas de barrar a operação Lava Jato e anistiar o caixa 2 no Congresso. As informações são do site BuzzFeed.
O diálogo está transcrito na decisão do ministro do STF Edson Fachin, que afastou Aécio do Senado e decretou as prisões preventivas da irmã dele, Andrea Neves, e de seu primo Frederico – responsável por receber propina em nome do senador.
“Porque o negócio (anistia ao caixa 2) agora não dá para ser mais na surdina, tem que ser o seguinte: todo mundo assinar, o PSDB vai assinar, o PT vai assinar, o PMDB vai assinar, tá montada”, diz Aécio em um trecho da conversa.
Em outro momento, Aécio mostra-se incomodado com os vazamentos das delações na Lava Jato: “Esses vazamentos, essa p…. toda, é uma ilegalidade”.
Em outra parte da gravação, Aécio critica o ministro da Justiça, Osmar Serraglio: “O ministro é um b… de um c…, que não dá um alô, peba, está passando mal de saúde pede pra sair. Michel tá doido. Veio só eu e ele ontem de São Paulo, mandou um cara lá no Osmar Serraglio, porque ele errou de novo de nomear essa p… desse (…).”
Já o jornalista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, trouxe nesta quinta-feira (19) a informação de que a delação premiada de Joesley Batista acusa o pagamento de cerca de R$ 60 milhões de propina a Aécio Neves. O senador afastado teria recebido o valor por meio da emissão de notas fiscais frias a diversas empresas.
O dono da JBS revela ainda que comprou o apoio de partidos políticos para apoiar Aécio a presidente.