Integrantes da cúpula do PT tentam convencer o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, pela indicação de Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda, posto chave da administração federal e cujo nome segue indefinido. O cálculo feito por deputados e senadores do partido é de que, nesse cargo, Haddad pode construir um caminho para a disputa presidencial de 2026, quando Lula já disse que não vai concorrer.
A indicação para o Ministério da Fazenda é uma das principais dúvidas sobre o governo Lula e a escolha que for feita será fundamental para a relação com o mercado e para medidas do próprio Executivo. Até agora, o presidente não deu sinal sobre quem escolherá para o cargo.
Lula indicou diversas vezes, durante a campanha presidencial, que preferia um ministro com perfil político, capaz de negociar propostas com o Congresso Nacional. Haddad perde pontos, nesse caso, por ter pouca interlocução com o Congresso. Nomes pesados do setor financeiro e industrial também torcem o nariz para Haddad, considerado um político que não tem uma vocação natural para o consenso e para negociações entre diversos grupos com interesses divergentes.
Outros nomes
Segundo integrantes da transição, há outros nomes sendo aventados por aliados de Lula para a Fazenda. Entre eles, estão o dos senadores eleitos Wellington Dias (PI) e Camilo Santana (CE). Dias está sendo responsável por ajustar o Orçamento de 2023. A indicação de um senador, porém, está sendo avaliada com cautela por auxiliares de Lula, já que aliados importantes do presidente Jair Bolsonaro foram eleitos para a Casa — como o atual vice, Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e a ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF).
Leia maisPetistas pressionam Lula a escolher Haddad como ministro da Fazenda