A ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde Francieli Fantinato responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro pela “politização” e pelo atraso na vacinação contra o coronavírus. Em depoimento à CPI da Pandemia nesta quinta-feira (8), a enfermeira disse que “o líder da nação” colocou em dúvida a eficácia dos imunizantes.
— Não dá para colocar em dúvida a vacinação como um meio efetivo para o controle da pandemia. Ter uma politização do assunto por meio do líder da nação, que traz elementos que muitas vezes colocam em dúvida… Enquanto coordenadora do PNI, preciso de apoio favorável à vacinação. Quando o líder da nação não fala favorável, a minha opinião pessoal é que isso pode trazer prejuízos — disse.
Francieli disse que pediu exoneração do cargo depois que “a politização do assunto chegou a um limite”. Ela afirmou que, durante a gestão do PNI, não recebeu do Poder Executivo vacinas suficientes e campanhas publicitárias efetivas para assegurar a imunização da população.
— Por que o maior programa de vacinação do mundo teve dificuldades em executar o seu papel? Faltou quantitativo suficiente [de vacinas] para uma execução rápida e faltou campanha publicitária. O PNI, estando sob qualquer coordenação, não consegue fazer uma campanha exitosa sem vacinas e sem comunicação. Para um programa de vacinação ter sucesso é simples: é necessário ter vacinas e campanha publicitária efetiva. Infelizmente, não tive nenhum dos dois — disse.
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