O presidente Michel Temer vai usar o recesso parlamentar para tentar tirar a denúncia contra ele da agenda política e emplacar discurso de retomada da discussão das reformas governistas, segundo a Folha de São Paulo.
A estratégia da equipe presidencial é atribuir novamente ao presidente o selo de “reformista”, em um esforço para reverter o clima de incerteza com a votação no plenário da Câmara da denúncia contra ele por corrupção passiva.
O Congresso entra em “férias” de duas semanas a partir desta terça (18). A votação da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) pelos deputados está marcada para o dia 2 de agosto. Entretanto, o Planalto já trabalha para empurrá-la para setembro, apesar da resistência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Temer sabe do risco de surgirem novos fatos contra ele neste período de recesso, como uma nova denúncia da PGR, desta vez por obstrução de Justiça, e as possíveis delações premiadas em negociação do ex-deputado Eduardo Cunha e do doleiro Lúcio Funaro.
O presidente avalia, porém, que é urgente buscar uma reaproximação com investidores e empresários. Isso porque, no início de julho, quando ganhou força a ideia de Maia substituir Temer, agentes de mercado já precificavam a queda do peemedebista.