O juiz Sergio Moro negou nesta sexta-feira o pedido de revogação da prisão preventiva do ex-gerente executivo da Petrobras Roberto Gonçalves, que sucedeu o delator Pedro Barusco no cargo e é acusado de ter recebido cerca de R$ 10 milhões no exterior. O juiz argumentou que o julgamento está próximo — o prazo para alegações finais da defesa é 12 de setembro. Moro disse que vai decidir sobre o pedido na própria sentença, quando analisará as provas.
Gonçalves foi acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Segundo a investigação, ele recebeu a maior parte dos valores numa conta pessoal no Banco Société Genérale, na Suíça, mas também usou uma conta cedida por Rogério Araújo, executivo da Odebrecht. As informações são de O Globo.
No interrogatório Gonçalves disse que parte da propina que recebeu foi transferida para a corretora Advalor e a quantia ainda não foi localizada.
Ao defender a manutenção dele na prisão, os procuradores argumentaram que é plausível que tenha usado outras contas para receber propinas ainda não identificadas. Disseram ainda que ele foi preso pela Lava-Jato em Roraima, perto de região de fronteira, sem apresentar justificativa razoável. Para os procuradores, ele poderia deixar o país.
Gonçalves foi preso em março passado, na 39ª Fase da Lava-Jato, batizada de Operação Paralelo.