Moreira Franco tenta, mas não é dispensado de prestar depoimento

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco, tentou, mas não conseguiu ser dispensado de prestar depoimento como testemunha em uma ação penal em curso na Justiça Federal de Brasília. Ele será ouvido na condição de testemunha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A data do depoimento ainda será definida.

A defesa de Moreira queria que os esclarecimentos fossem prestados por escrito. Mas Délio Lins e Silva, um dos advogados de Cunha, insistiu que o depoimento fosse presencial. Assim, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, decidiu que Moreira terá que ir pessoalmente. Ainda será enviado um ofício ao ministro para acertar a data.

Cunha e mais quatro réus são investigados na ação que apura irregularidades no Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS), administrado pela Caixa Econômica Federal. Eles são acusados de terem se beneficiado de um esquema de propina no FI-FGTS. Empresas interessadas em obter empréstimos tinham que pagar vantagens indevidas de modo a obter os recursos que queriam. As informações são de O Globo.

Em depoimento prestado à Polícia Federal em 14 de junho, Lúcio Bolonha Funaro, também réu na ação e apontado como operador de Cunha, contou que Moreira Franco atuou num esquema irregular na Caixa Econômica em 2009. Na época, ele era vice-presidente da instituição financeira. Funaro não detalhou valores, mas disse que Cunha também foi beneficiado. Segundo ele, em troca houve ajuda à empresa Cibe junto ao FI-FGTS.

Em depoimento prestado na última terça-feira, o empresário Marcelo Odebrecht que foi ouvido na condição de testemunha de Funaro. Ele apontou Moreira Franco como nome do PMDB com influência no fundo. O ministro nega participação em irregularidades no FI-FGTS.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prestou depoimento na terça como testemunha de Cunha, foi indagado sobre a forma como se deu a nomeação de Moreira Franco em 2007 para ser vice-presidente da Caixa. Na época, ele era presidente da República. Lula respondeu que foi uma indicação do PMDB ou da bancada do partido, que compunha a base aliada. Mas destacou que o nome dele passou pelo crivo do Ministério da Fazenda. Disse também que, na nomeação de Moreira, não recebeu um pedido especificamente do atual presidente Michel Temer, na ocasião deputado do PMDB.

Além de Cunha e Funaro, também são réus na ação o ex-presidente da Câmara e ex-ministro Henrique Alves, o empresário Alexandre Margotto, e o ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto. Cunha está preso desde outubro em Curitiba. Henrique Alves está detido dede o começo do mês passado em Natal. Funaro está preso em Brasília desde julho do ano passado. Cleto e Margotto firmaram acordo de delação premiada e estão colaborando com a Justiça.

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