Marina diz que Temer ‘sabotou a República’ e pede eleições diretas

Marina Silva durante debate no Insper, em São Paulo, em 2015

A ex-senadora Marina Silva (Rede) afirmou à Folha que o presidente Michel Temer “sabotou a República” e não tem mais legitimidade para permanecer no cargo.

Ela defendeu a renúncia de Temer e a realização de eleições diretas para presidente.

“Temer não tem credibilidade, não tem legitimidade e vai para zero de popularidade”, disse Marina, na noite desta quarta (17).

“A renúncia é a única coisa que resta ao presidente, se ele não quiser preservar por apenas alguns dias o foro privilegiado”, afirmou. As informações são da Folha de São Paulo.

Marina ressaltou que a sociedade não pode cruzar os braços caso Temer não tome a decisão voluntária de sair.

“A renúncia é um ato unilateral. Mas não podemos ficar esperando a consciência dele. Temos que apelar às instituições”, afirmou.

A ex-senadora disse que Temer “sabotou a República” ao dar aval ao pagamento de propina a Eduardo Cunha, segundo gravação feita pelo empresário Joesley Batista.

Ela disse que a ex-presidente Dilma Rousseff fez o mesmo ao avisar Mônica Moura que ele seria presa, de acordo com a delação da marqueteira.

“PT e PMDB são irmãos siameses. Os dois partidos praticaram os mesmos crimes. Os dois presidentes sabotaram a República”, afirmou.

A ex-senadora disse ver três saídas legais para Temer. “Uma saída é a renúncia. As outras são o impeachment e a cassação no TSE”.

Ela defendeu uma mudança na Constituição para permitir eleições diretas. Para Marina, o Congresso não tem legitimidade para fazer uma eleição indireta, como prevê a regra atual.

CANDIDATURA

A ex-senadora não respondeu se seria candidata em caso de nova eleição. Ela tem 14% de intenções de voto, segundo o Datafolha.

“Agora o pior dos mundos é pensar em quem vai ser o candidato”, disse Marina, que ficou em terceiro lugar nas eleições de 2010 e 2014.

Na última disputa, ela apoiou no segundo turno o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que agora também é acusado de pedir propina à JBS.

“Eu não tinha conhecimento desses fatos. Foi a decisão possível naquela conjuntura”, justificou-se Marina. “Agora chego à conclusão de que a eleição de 2014 foi uma fraude”, concluiu.

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