Maioria dos brasileiros pede saída de Michel Temer, afirma Datafolha

O presidente da República, Michel Temer (PMDB)

Disseram “não confiar” na Presidência da República 65% dos entrevistados, índice superior aos 58% registrados em abril. A taxa é a mesma para o Congresso Nacional (deputados e senadores) –só partidos políticos têm rejeição maior (69%)

Por Gustavo Simon –  Folha de São Paulo

A maior parte da população brasileira é contra a permanência de Michel Temer (PMDB) na Presidência da República. Em pesquisa Datafolha realizada entre quarta (21) e sexta-feira (23), a maioria dos entrevistados disse preferir que ele deixe o cargo, via renúncia ou impeachment aberto pelo Congresso.

O levantamento registrou também um pico de impopularidade do presidente, que tem seu governo avaliado como ruim ou péssimo por 69% dos entrevistados.

A pesquisa perguntou o que seria mais benéfico para o país, considerando a crise política e a recuperação da economia: se Temer saísse do cargo ou completasse o mandato (que vai até o final de 2018). Só 30% se disseram a favor de ele ficar na Presidência; 65% acham que sua saída é o melhor para o Brasil.

Uma possível renúncia do peemedebista é defendida por 76%. São contrários a essa iniciativa 20% dos entrevistados, e 4% não souberam responder.

Em um cenário em que Temer não renuncie, a taxa dos que querem outro caminho para sua saída é ainda maior: 81% disseram ser a favor da abertura de um processo de impeachment contra ele. A fatia dos que rejeitam a possibilidade é de 15% (4% não souberam responder).

A Câmara dos Deputados, responsável por abrir eventuais processos de impeachment contra o presidente, já recebeu diversos pedidos, protocolados por políticos de partidos como Rede e PSOL e por entidades como a OAB.

Esta foi a primeira vez que o Datafolha fez uma sondagem sobre o apoio a uma possível saída de Temer do cargo desde que ele assumiu de forma efetiva a Presidência.

A queda na aprovação do peemedebista vem acompanhada de uma evolução na desconfiança em relação ao cargo que ele ocupa.

Disseram “não confiar” na Presidência da República 65% dos entrevistados, índice superior aos 58% registrados em abril. A taxa é a mesma para o Congresso Nacional (deputados e senadores) –só partidos políticos têm rejeição maior (69%).

DIRETAS JÁ

Na hipótese de Michel Temer realmente deixar o cargo, a maior parte dos brasileiros prefere que o novo presidente seja eleito pela população. A medida, que demanda mudanças na Constituição, é defendida por 83% dos entrevistados –em abril, o índice era de 85%, variação dentro da margem de erro.

A taxa dos que indicam que o melhor seria que o Congresso fizesse a escolha, na convocação de uma eleição indireta, é de 12%. Dos que não souberam responder, 5%.

MAIS RICOS

Da mesma maneira que se observa na avaliação do governo, o estrato da população que recebe mais de dez salários mínimos mensais é dos poucos a dar trégua a Temer. Nesse grupo, 42% acham que o melhor para o país é que ele conclua o mandato (57%, que não), e o índice de favoráveis a seu impeachment ou à renúncia (68% e 67%, respectivamente) é menor do que na média.

Nesse segmento, também cresce o apoio às eleições indiretas (25%).

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