Governo Temer negocia verba para obras por apoio à Previdência

Em mais uma ofensiva para conseguir os votos para aprovar a reforma da Previdência no plenário da Câmara — o que hoje o Palácio do Planalto admite não ter —, o governo começará a liberar dinheiro para obras que estão paradas nos municípios de interesse de parlamentares.

Com o corte no Orçamento da União, muitos projetos foram paralisados, mas há um compromisso do Ministério do Planejamento em começar a liberar os recursos assim que as receitas forem entrando. No fim deste mês, será divulgado o novo relatório bimestral de receitas e despesas.

Segundo interlocutores do governo, depois da aprovação na comissão especial, que deu forma final ao texto, a maré ficou bem mais favorável para o governo, e os deputados da base, antes reticentes em apoiar a matéria, agora têm pedido ao governo “que dê motivos” para que votem favoráveis. O principal pedido de contrapartida, segundo ministros, é a liberação de dinheiro para obras, que devem ser atendidas o mais rápido possível. Há ainda a liberação de emendas e cargos de segundo e terceiro escalões. As informações são de O Globo.

— A gente vai liberar com muito carinho —afirmou ao GLOBO um ministro.

— Qual o crime de dar R$ 1 milhão ou R$ 2 milhões para um deputado finalizar obras em seu município? Isso é um valor pequeno perto da importância da matéria para o país — acrescentou um interlocutor do presidente Michel Temer.

Integrantes do governo também articulam junto aos partidos da base que, nas próximas semanas, anunciem juntos um fechamento de questão a favor da reforma. Apesar disso, ainda há muita dificuldade de legendas governistas em fechar apoio à proposta, até mesmo no PMDB de Temer e no PSDB.

— Dar esse tiro de uma vez é uma mensagem poderosíssima que a gente passa — comentou um ministro da cúpula do governo.

Dirigentes de legendas do chamado centrão, como PP e PR, não cogitam fechar questão, sob o argumento de que seria “suicídio político”. Isso porque, afirmam parlamentares, teriam que expulsar os deputados que não votarem conforme a orientação do partido, o que pode prejudicar as legendas no ano eleitoral de 2018, já que há interesse primordial na fatia do Fundo Partidário a ser recebida. A perda de quadros também é ruim para o horário eleitoral.

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