Deputados já se movimentam para disputa pela presidência da Câmara

Antes mesmo de uma decisão na Câmara sobre a permanência do presidente Michel Temer no cargo, deputados já se movimentam para disputar a presidência da Casa, que ficará vaga caso Temer seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), perdendo seu mandato, e Rodrigo Maia (DEM-RJ) seja escolhido, em eleições indiretas, presidente da República. O mais entusiasmado com a possibilidade é o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA).

Aliados de Arthur Maia “vazaram” que seu nome foi citado em uma reunião nesta terça-feira a respeito do tema. Após algumas semanas de ostracismo com a paralisação da tramitação da reforma da Previdência, o deputado não escondeu sua vontade de poder, um dia, assumir o principal posto na Câmara.

– Essa coisa da minha candidatura está surgindo de maneira muito espontânea. Recebo com muita honra a lembrança do meu nome. Qualquer deputado tem disposição para uma missão como esta. Claro que, como amigo do presidente Michel Temer, não vou ficar articulando agora, até porque a denúncia nem foi aceita ainda. Mas sei que o processo de afastamento seria uma coisa muito rápida, fica pouco tempo para fazer campanha, se for o caso – afirmou Arthur Maia. As informações são de O Globo.

Outros nomes que vêm sendo citados como potenciais candidatos à presidência da Câmara tiveram reações bastante distintas à de Arthur Maia. O líder do PMDB, deputado Baleia Rossi (SP), afirmou se tratar de “fofoca maldosa” e rechaçou qualquer articulação neste sentido. Já o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), disse que qualquer especulação sobre seu nome seria “fogo amigo” e que há “chance zero” disto acontecer, mesmo que, em um eventual novo governo, ele retome seu mandato de deputado na Câmara.

Apesar da possibilidade de acontecer a votação sobre a denúncia contra Temer já na próxima semana, a disputa pela presidência da Câmara ainda está distante. Se a Câmara aceitar a denúncia e for aberto o processo no Supremo, Temer é afastado por 180 dias do cargo até a votação de sua cassação. Neste período, Rodrigo Maia assume interinamente a presidência da República e o vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), passa a presidir temporariamente a Câmara.

Somente se Temer for cassado e Rodrigo Maia for eleito para a presidência da República na eleição indireta, Fábio Ramalho terá 5 sessões para realizar nova eleição para a presidência da Casa. O regimento prevê que até 30 de novembro do segundo ano do mandato, qualquer vaga aberta na Mesa será preenchida com nova eleição.

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